Paraíba

DESASSISTIDOS

Alta de alimentos é o triplo da inflação e valor de auxílio é insuficiente

Cesta básica fica 33% mais cara sob Bolsonaro

Brasil de Fato | João Pessoa (PB) |
MTD pede prorrogação do auxílio emergencial
MTD pede prorrogação do auxílio emergencial - MTD/Divulgação

O custo da cesta básica aumentou em João Pessoa, de acordo com pesquisa feita pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). Foi na capital paraibana onde ocorreu a maior alta nos preços dos alimentos no Brasil, em fevereiro, um aumento de 2,69%. Sendo assim, o preço do salário mínimo para suprir gastos com alimentação, higiene, educação, vestuário, moradia, transporte, lazer e previdência teria que ser de R$ 5.375,05, o que significa 4,89 vezes a mais do valor do salário mínimo vigente, que é de R$ 1.100.

Mesmo assim, a nova rodada do auxílio emergencial, que ainda não saiu e ainda não tem previsão, tem o desenho de quatro parcelas mensais de R$ 150 para famílias de uma pessoa só, R$ 250 para a média das famílias e R$ 375 para mulheres que são únicas provedoras da família.

Cerca de 17,7 milhões de pessoas voltaram à pobreza de acordo com dados da FGV

Antes da pandemia, 10,97% da população brasileira recebia menos de R$ 246 por mês, caracterizando extrema pobreza. De acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), com o pagamento do auxílio emergencial, esse número caiu para 4,52%. No entanto, em fevereiro de 2021, um quadro alarmante se impôs, agora, são 12,83% da população brasileira recebendo menos de R$ 246 por mês.

Segundo levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV), com o fim do pagamento do benefício, a situação está ainda pior do que antes.

Em agosto de 2020, a população pobre era cerca de 9,5 milhões: 4,52% do total de brasileiros, 210 milhões. Em fevereiro de 2021, passou para 27,2 milhões: 12,83%, ou seja, cerca de 17, 7 milhões de pessoas voltaram à extrema pobreza.

Os dados da FGV revelam o desespero de famílias que estão sem saída para a situação de pobreza e fome que se encontram.

::Por que defendemos o retorno do auxílio emergencial?::

“A situação das pessoas que eu tenho acompanhado agora sem o auxílio emergencial, é de muita necessidade, a falta de alimentos, os preços dos alimentos aumentaram muito e essas famílias vêm vivendo uma vida de misericórdia, passando fome. Precisa muito de alimentos, material de limpeza durante esse período de pandemia”, relatou Lucinha, da Associação de Mulheres de Juarez Távora.

Para Dona Carminha, moradora do bairro Colinas do Sul, em João Pessoa, que está desempregada há mais de um ano e depende apenas de R$ 89 reais do Bolsa Família: "A situação é precária. A minha e a de todo mundo daqui. Depois que tiraram o auxílio, estamos vivendo só pela misericórdia de Jesus. Tenho um monte de crianças que moram comigo, tenho 65 anos e não sou aposentada, eu vivo através da ajuda de alguém", desabafou.

::Galpão de coleta seletiva dos Bancários pega fogo e deixa famílias sem trabalho::

O trabalhador brasileiro está sufocado de todos os lados, seja pela covid-19, seja pela exploração do governo com o preço dos combustíveis.

::Com terceiro aumento só este ano, gás de cozinha chega a R$ 100 na Paraíba::

A Petrobras anunciou o sexto aumento de gasolina somente neste ano de 2021, o item subiu 7,11%, em fevereiro, sendo responsável sozinha por 0,36 ponto porcentual da taxa de inflação de 0,86% de fevereiro. Na Paraíba, o botijão de gás está sendo vendido, à vista, a R$ 100 reais; e à prazo, a R$ 130 e a gasolina a R$ a 5,40.

Edição: Heloisa de Sousa