Paraíba

FUTURO

Editorial | “Eu fico com a pureza das respostas das crianças...”

O aumento da pobreza diminui a esperança de um país melhor

Brasil de Fato | João Pessoa (PB) |
"Não podemos permitir que arranquem de nossas crianças a infância".
"Não podemos permitir que arranquem de nossas crianças a infância". - Reprodução

As políticas públicas implantadas desde o governo Lula, como a criação de Universidades e Institutos Federais, Bolsa Família, Luz para todos, produção de habitação para as camadas mais pobres, criação e formalização de emprego, aumento real do salário mínimo foram interrompidas pelo golpe, iniciado em 2016 e ainda em curso. Por isso, uma cena cada vez mais frequente no nosso cotidiano é a presença de crianças realizando trabalhos informais para contribuir com o sustento de suas famílias, seja vendendo doces ou limpando vidro de carros nos semáforos; seja nas carroças, coletando latinhas e outros materiais para reciclagem. 

Segundo o relatório Cenário da Infância e do Adolescente no Brasil 2019, da Fundação Abrinq, 10,6 milhões de crianças vivem na pobreza, ou seja, fazem parte de famílias com renda mensal, por pessoa, de até meio salário mínimo (R$ 499), e 9,4 milhões de crianças vivem na extrema pobreza, o que significa que vivem com um quarto de salário mínimo por mês, ou R$ 249,50. 

O projeto do atual governo não faz um apontamento sequer para superar esse cenário ou pelo menos minimizá-lo, pelo contrario, a política em curso nos tira qualquer perspectiva de esperança, de melhoria das condições de vida do povo brasileiro, em especial de nossas crianças. 

A lógica da exploração ambiental e da entrega de nossas riquezas naturais às empresas estrangeiras, a retirada de direitos trabalhistas e a reforma da previdência (em vias de aprovação no senado), o desmonte da educação pública, causado pelos cortes de verbas e pela desvalorização dos professores, vislumbra um futuro de aprofundamento da miséria, certamente as crianças de hoje terão poucas expectativas de uma vida adulta digna. 

Sem dizer que os mecanismos atuais para o combate da miséria estão seriamente ameaçados, sem recursos para o SUAS (Serviço Único de Assistência Social), cortes do Programa Bolsa Família e de outras políticas de transferência de renda. 

Diante desse cenário, a única alternativa possível para mudar o rumo do nosso Brasil é a construção de um Projeto Popular, feito pelo povo, que garanta um futuro de vida boa para todos e todas, afinal um país rico, como o nosso deve promover o bem viver. É preciso distribuir renda e diminuir as desigualdades, esse Projeto deve respeitar a diversidade e promover a igualdade, precisa aprofundar a democracia, a participação e a autonomia do povo e assumir o compromisso com a soberania nacional e com o desenvolvimento, de forma ambientalmente sustentável. 

Não podemos permitir que arranquem de nossas crianças a infância e os sonhos de um Brasil melhor. Por elas, devemos agarrar nosso destino nas mãos e dizer basta!  Lutemos por um Projeto Popular para o Brasil!

Edição: Heloisa de Sousa