Nesta quinta-feira (29), é comemorado o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica. A data foi criada por ativistas que participaram do 1º Seminário Nacional das Lésbicas (Senale), em 29 de agosto de 1996, no Rio de Janeiro (RJ). Na Paraíba, seis anos depois, em 2002, foi fundado o Grupo de Mulheres Lésbicas e Bissexuais Maria Quitéria (GMLBMQ).
Natural de Santa Rita (PB), Marli Soares é a coordenadora do GMLBMQ, e participa de diversos movimentos, como da Marcha da Negritude Unificada-PB, do Movimento Mulheres Negras e do Movimento de Articulação Mulheres das Águas - Território da Mata Norte. Marli é uma mulher negra e lésbica. Atualmente, as principais bandeiras de luta do Maria Quitéria são: saúde mental, lesbofobia, lesbocídio, educação, etarismo e racismo.
Fazendo referência a uma frase da escritora estadunidense Audre Lorde, Marli comenta sobre a interseccionalidade da sua trajetória: “A minha experiência é perceber que eu sou lésbica, quando estou na luta com as negras, e sou Negra quando estou com as lésbicas. E que o silêncio não vai me proteger.”
No Brasil, ainda há muita subnotificação sobre as vivências lésbicas. O LesboCenso Nacional, pesquisa que busca mudar o cenário de subnotificação das vivências lésbicas, enfatiza que o censo do IBGE e a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua não perguntam a orientação sexual ou a identidade de gênero das pessoas. O relatório do LesboCenso contém dados referentes a 2021 e 2022.
“A possibilidade de acesso a dados fidedignos e a oportunidade de reflexão a partir destes constituem-se como uma ferramenta importante para as mulheres da população de lésbicas e sapatão cis e trans, em todas as suas interseccionalidades”, pontua a introdução do relatório.
A pesquisa do LesboCenso Nacional é coordenada pela Liga Brasileira de Lésbicas (LBL) e a Associação Lésbica Feminista de Brasília – Conturno Vênus. Entre as muitas organizações que apoiam o LesboCenso está o Grupo de Mulheres Lésbicas e Bissexuais Maria Quitéria Maria Quitéria.
A vivência lésbica é interseccional, conforme salienta Marli Soares ao contar sua história. “Outra experiência foi entender a luta de classe, gênero, raça e sexualidade, tudo isso a partir das vivências com as mulheres lésbicas e negras periféricas e mulheres que vivem em cárcere, onde eu pude perceber a manipulação ideológica, machista e racista. É necessário conhecer o nosso feminismo lésbico e todos os feminismos para entender a importância da interseccionalidade no agir nas comunidades”, enfatiza.
Acesse a 1ª etapa do LesboCenso Nacional aqui.
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Edição: Heloisa de Sousa