Paraíba

RESÍDUOS SÓLIDOS

Audiência Pública debate situação dos Catadores de materiais recicláveis na Paraíba, nesta terça (9)

Os Catadores vêm enfrentando desassistência por parte das prefeituras, além da invasão de empresas mecanizadas

Brasil de Fato | João Pessoa - PB |
Reprodução - Segundo o Panorama de Resíduos Sólidos no Brasil 2022, cada brasileiro produz cerca de 381 kg de lixo por ano - Alexandro Cardoso

Nesta terça-feira (9), às 14 horas, está agendada uma audiência pública na Assembleia Legislativa da Paraíba para promover uma discussão sobre a situação dos catadores de materiais recicláveis no estado.

A audiência é uma propositura da deputada Cida Ramos (PT), e visa abordar a implementação da política pública Lei 12.305 e do Decreto nº 11.414, de 13 de fevereiro de 2023, do 'Programa Diogo de Sant’Ana Pró-Catadoras e Pró-Catadores para a Reciclagem Popular'.

Os catadores vêm enfrentando uma realidade de desassistência por parte das prefeituras, que seguem negligenciando as necessidades da categoria - muitos deles não têm acesso à infraestrutura básica e equipamentos adequados para exercerem o trabalho, e aqueles que conseguem estão sendo alvo de perseguição, especialmente no que diz respeito à desocupação dos espaços onde atuam.

"Os catadores hoje estão totalmente desassistidos porque as prefeituras fazem pouco caso, não têm o menor respeito com a categoria, poucos estão com acesso a infraestrutura e equipamentos, e aqueles que estão com acesso, estão sendo perseguido de alguma forma. Sobre a desocupação dos espaços, está sendo feito um processo de desmanche da política pública para a categoria porque as empresa estão entrando no nosso estado e os gestores públicos estaduais e municipais estão credenciando essas empresas, e agora elas estarão fazendo a manipulação dos resíduos em nossos município, tirando do catador o processo de trabalho deles", explica Egrinalda Santos, da Associação Catajampa.

O processo de desmonte da política pública ameaça a inclusão social dessa categoria profissional

"Em  João pessoa há uma empresa mecanizada, e tem outra em Cajazeira que está dando um feedback em todo o resíduo da cidade. Dentro disso, a gente percebe que o catador vai ser extinto pois, se não existir espaço para os catadores, as empresas têm recurso próprio e ainda recebem incentivos dos governantes", complementa ela.

A categoria pede urgência na proibição de empresas privadas que se instalam para realizarem a manipulação dos resíduos sólidos no estado. Para eles, é essencial efetivar a coleta seletiva, garantindo que a categoria seja protegida contra as investidas do mercado e das empresas de resíduos. Egrinalda Santos acrescenta que esta medida não apenas preserva o sustento dos catadores, mas também promove práticas sustentáveis na gestão de resíduos, contribuindo para a preservação do meio ambiente e para a inclusão social da categoria.

A deputada Cida Ramos, e a categoria, reiteram que a mobilização para a Audiência é do interesse de toda a sociedade, e não apenas dos catadores.


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Edição: Cida Alves