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Por uma mídia que não viole os direitos humanos das mulheres

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Hoje inicia-se a campanha dos 10 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres

Hoje, 25 de novembro, inicia-se a campanha dos 10 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres. O Brasil ainda é um país onde as mulheres são mortas quase todos os dias, só pelo fato de serem mulheres. Pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública informa que, só no primeiro semestre de 2023, foram registrados 722 feminicídios. A cada 8 minutos, uma menina ou mulher brasileira é vítima de estupro. Nesse ano, o Brasil registrou um crescimento de 14,9% dos casos de estupro de vulnerável.  Foram 34 mil meninas e mulheres vítimas deste crime! Os dados também fazem parte da pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

A mídia no Brasil, que devia ser aliada das mulheres no combate a todas as formas de violência de gênero, ainda é machista e misógina, violando direitos humanos e desinformando sobre as leis que protegem as mulheres no país, como a Lei Maria da Penha. Os principais responsáveis pela violação de direitos humanos e desinformação na mídia são os programas policialescos.

Em minha pesquisa de mestrado pela UFPB, publicada no livro “A desinformação e a violação dos direitos humanos das mulheres: um estudo de caso do programa Alerta Nacional”, foram identificadas categorias como culpabilização das mulheres pela violência que sofrem; romantização da violência de gênero; desinformação sobre as leis que protegem as mulheres no Brasil; misoginia;  superexposição das vítimas e sobreviventes da violência, e a colocação das mulheres em postos como “Mulheres de bem”X “Mulheres do mal”.

Precisamos de uma mídia aliada das mulheres, que combata todas as formas de violência de gênero, fazendo valer os seus deveres, previstos em leis e tratados internacionais, que indicam que os meios de comunicação no Brasil devem ser educativos e informativos. Nesse sentido, os programas policialescos não se encaixam, e precisam ser revistos. Por uma mídia sem violações e sem desinformação dos direitos humanos das mulheres!

Edição: Cida Alves