Paraíba

ARTIGO

Israel x Palestina: solução final, amém?

"A carnificina seguirá em glórias e louvores ao 'deux' da guerra, dos idólatras, que garante tudo do 'deux' do mercado"

Brasil de Fato PB| João Pessoa |
"O horror naturalizado pela ignorância" - Reprodução

*Por Ulisses Aparecido Barbosa

O governo de Israel, através de seus comandos, gritou aos quatros cantos que iria exterminar "animais", se referindo , supostamente, ao Hamas, pelo ataque brutal de sábado (7/10 ou 11/9 cover). O primeiro ministro ("Bibi") reforçou, os generais e até entrevistados nas ruas de Telaviv e convidados da mídia corporativa mundial, todos, todos pregaram morte ao adversário palestino. Não só ao Hamas, mas isso não é de hoje. Reserve. 

A tecnologia nos deu ferramentas importantes pra compreendermos o que acontece no mundo e como isso nos afeta ou revela o que acontece ao nosso lado e o porquê dentro da geopolítica. Antes, era só biblioteca e gente esclarecida "de fora". Desde que nasci, já aconteceram várias guerras. 100% pelos EUA. 100% contra o comunismo, terrorismo, pela família, deus, terras, riquezas e claro, PODER! Lemos sobre todas.

A tecnologia também nos mostrou a guerra ao vivo. Desde 90 os filmes hollywoodianos "ganharam vida" com mortes violentas ao vivo. O espetáculo de horror dos mísseis, a devastação. Corpos apodrecidos por falta de entendimento sobre "AJUDA" humanitária. Nada de novo. Além de nos acostumarmos… A guerra adoece a alma, empobrece o espírito. E agora, a morte é mais ao vivo que nunca! O que já era horror, virou crueldade mórbida. Um "FLA X FLU" macabro. Alguém grita "40 bebês decapitados", outro, "60 bebês decapitados". E todos vibram na escandalosa naturalização do extermínio. 

Volto ao inicio (desreserve), antes, o óbvio, não é uma guerra entre iguais. A guerra não começou no sábado (com o ataque violento do Hamas) e a paz duradoura nunca foi objetivo de Netanyahu (primeiro-ministro de Israel) mas a expansão sobre territórios palestinos sim. Mas, eles "avisaram" - mais "nobre" que o Hamas - que vão matar todo mundo! O mundo (EUA/UE/"e aí ó") assegurou o "direito" a defesa do sionismo israelense. Ou seja, "tá tranquilo uma limpezinha étnicazinha de leve, tipo, uns milhareszinhos de malditos filhos do deus deles lá ". O "mundo" disse sim a mais uma guerra e os EUA leva um segundo porta aviões para a região. Irã conversa com China. Putin entra na conversa… Até o prefeito de Sorocaba quer entrar na guerra. 

Israel é Bibi. E Bibi é sionista, extrema direita, higienista, racista e autoritário. Não tem medo das câmeras (do mundo), mas usa as câmaras (holocausto) pra justificar a asfixia de um povo. Aqui, invocam a bíblia pra  justificar o injustificável. Ou as leis servem para todos no mundo, inclusive as leis sobre guerras, ou não servem pra nada. Enquanto escrevo, gente morre porque alguém achou que pode matar gente em nome de deus. 

Existe uma "conveniência" confortável,  protetiva, para os  "pensadores" e "contemporizadores" (tipo, passadores de pano) da mídia ocidental. Todos se sentem justificados justificando mortes como bons justiceiros que são. Até aqui, um dia de ataque do Hamas (terrorismo) e nove dias de bombardeio pesado em uma área restrita com dois milhões de pessoas, dois milhões de seres humanos. Mas a mídia só fala do sábado. Me lembrou algo tipo "não tenho bandidos de estimação". Irônico? Não, trágico!

Infelizmente, nada vai salvar quem não precisava morrer. A carnificina seguirá em glórias e louvores ao 'deux' da guerra, dos idólatras, do nada, que garante tudo para quem ama o 'deux' mercado. Se você viu o eclipse e de lá não saíram cavaleiros apocalípticos, demônios e tal, então a ciência venceu. Mas a humanidade perdeu. O verdadeiro meteoro ou apocalipse é esse pensamento da tal "gente de bem cristã" fundamentalista, de lá e daqui.

Cada bomba que mata lá, mata aqui, mata o mundo. Mata os sentimentos. Mata a humanidade. Peguem suas pipocas e indiferenças e vejam a vida sendo dilacerada ao vivo. O horror naturalizado pela ignorância. Vejam a morte dos inimigos que não fizemos, mas que nos foram impostos pela mídia corporativa declaratória mundial. Desde o Vietnã em 1965, quando nasci.

A ONU criou o problema que, agora, deveria resolver. Se omite, mais uma vez. O mundo pede cessar fogo urgente e diálogo. Seja na Palestina, seja na Ucrânia (a guerra que ficou fora da moda). Essa é a solução final que o mundo espera, paz!
 

*Ulisses Aparecido Barbosa é radialista e jornalista; também já atuou como repórter e apresentador nas afiliadas da Globo, Record e SBT
 


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Edição: Polyanna Gomes