Paraíba

ARTIGO

E como fica o terrorismo imperialista midiático?

"Parte da mídia corporativa se posiciona sempre a partir do grande interesse. E qual seria esse? O dos colonizadores!"

Brasil de Fato PB| João Pessoa |
Mapa onde mostra o avanço de Israel sobre a Palestina ao longo de décadas - Foto: thepeoplevoice.org

Por Ulisses Aparecido Barbosa*

Os conflitos no oriente médio não são novidade. As motivações também não. Invariavelmente, guerras santas. Assim, parte da mídia corporativa se posiciona sempre a partir do grande interesse. E qual seria o "grande interesse"?  O dos colonizadores, sempre! O que não é o caso da Palestina e seu povo, mas dos colonizadores de uma terra que já tinha um povo. Israel não é "mocinho" como defende seu padrinho ianque e o 'viralatismo' tupiniquim.

A leitura acima pode até ser simplista, mas é o que a pesquisa sobre o assunto me esclareceu. Meu interesse não veio nessa onda midiática que trata o HAMAS - que é uma sigla e não significa ódio, mas Movimento de Resistência Islâmica - como terroristas e Israel como vítima. Israel não é vítima, muito menos um estado legítimo. E nessa ilegitimidade age como terrorista, higienista e racista há 70 anos, pesquisem "irgun". O rastro de sangue e crueldades de todas as formas convergem para o "modus operandi" de Sabra e Chatila,que curiosamente completou, em setembro, 42 anos. 3.500 pessoas foram trucidadas em um campo de refugiados na guerra do Líbano. 70% mulheres, crianças e idosos. Ariel Sharon (Israel) tem suas digitais nesse massacre.

O que está por trás dessa partidarização pró Israel no Brasil? Porque no mundo a "tocada do bumbo" é outra, veja que a primeira reunião do conselho de segurança da ONU terminou sem uma resolução escrita diante de uma maioria (silenciosa) que reconhece o direito do povo palestino às suas terras, cultura e liberdades. O povo palestino vive confinado no maior presídio a céu aberto do mundo em situações degradantes, na Faixa de Gaza.

Netanyahu (Primeiro-ministro de Israel) está longe de ser um democrata. Alinhado aos EUA, ele representa a extrema direita no oriente médio. E por isso ecoa no Brasil essa "preferência" nessa triste guerra. Não existe guerra boa. Nunca existiu! Nem as dos americanos (o maior invasor e agressor do mundo), nem a dos russos, nem a de nenhum país no mundo. Mas a mídia corporativa brasileira abraçou a causa dos agressores/invasores por conveniência, afinal veneram os EUA. Já uma parcela dos fundamentalistas (extrema direita bolsonazifascista) se agarrou em ideias religiosas toscas como "direito" do "povo de deus" à "terra prometida". Vôte!

O fato é que a desinformação sobre o assunto é regra. As ideias de que essa guerra foi iniciada por palestinos é a que prevalece. A "qualidade" do "opinismo" na mídia não resiste a uma leitura básica na Wikipédia ou a uma pesquisa rasa no Google. Mas, ainda assim, surgem análises mirabolantes, todas com o ranço fundamentalista e imperialista, coisa do tal povo de deus que justifica massacres em nome do mesmo. Assim como são as guerras santas: um fanatismo com "autorização" pra matar em nome de deus.

Essa guerra pode ter consequências gravíssimas para o mundo e não está dissociada do que aconteceu recentemente na África ocidental quando as colônias francesas e britânicas se insurgiram contras seus colonizadores. O Oriente Médio, que sempre foi considerado um "barril de pólvora", pode explodir em uma guerra generalizada, TODOS contra Israel. No final, a grande verdade de todas as guerras é que, em sua maioria, se trata de colonizados contra colonizadores, oprimidos contra opressores. Religião, poder econômico, costumes e outras questões de geopolítica, são pano de fundo. Condenar guerras é senso comum, entendê-las e não ser levado a erro pela mídia corporativa, é o desafio.

*Ulisses Aparecido Barbosa é radialista e jornalista paraibano; também já atuou como repórter e apresentador nas afiliadas da Globo, Record e SBT no estado.

 


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Edição: Polyanna Gomes