Por Antonio Eduardo Monteiro de Almeida*
No nordeste do Brasil e certamente em muitos outros lugares do nosso país, existem movimentos em prol da saúde da natureza. E é isso que está acontecendo na pequena e tradicional comunidade de Jacarapé, praia paraibana. A partir da iniciativa nossa, em parceria com diversos membros da comunidade, práticas de educação ambiental vêm sendo desenvolvidas a pleno.
Tendo como base o pequeno Posto de Saúde, a relação entre poluição do meio ambiente e risco cardiovascular tem sido amplamente discutida. Através de palestras com pacientes, outros membros da comunidade, grupos escolares da região, assim como com visitantes, a educação quanto a poluição ambiental é realizada. Além disso, em Jacarapé está sendo construído um Observatório Ambiental, este em conjunto com a Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Ali, políticas sustentáveis de saneamento básico biológico, como também o replantio de 5000 mudas de manguezal, além do monitoramento da qualidade das águas dos rios Jacarapé e Cuiá, estão sendo realizados.
Estas práticas, nas suas devidas proporções do microcosmo, estão alinhadas com a fala de Richard J. Kovacs, ex-presidente do American College of Cardiology.3 “Os médicos têm a responsabilidade de educar seus pacientes, seus colegas e suas comunidades em geral sobre a conexão entre a poluição do ar e o risco de DCVs”. Por fim, para enfrentar este cenário de degradação exponencial do meio ambiente, também cabe a nós cardiologistas convocar a população em geral e, principalmente os trabalhadores da área de saúde, para ações que reduzam de forma drástica a destruição da natureza.
Atuar contra a poluição é antes de mais nada um ato de cidadania, ato este apartidário e em prol dos que votam nos mais diferentes partidos ou que torcem para os distintos clubes de futebol Brasil afora, ou seja, todos nós.
Logo, para ir de encontro à degradação exponencial do lugar onde vivem mais de oito bilhões de habitantes (entre outros tantos seres vivos), a frase do poeta paraibano Geraldo Vandré cai como uma luva: “Quem sabe faz a hora não espera acontecer”.
*Antonio Eduardo Monteiro de Almeida é Cardiologista
** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato
Edição: Cida Alves