Paraíba

Coluna

O desempenho do emprego na Paraíba no primeiro trimestre de 2023

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As autoridades estaduais precisam estar atentas e começar a elaborar políticas de emprego para aproveitar o bom momento que se instala no país - Divulgação - Governo da Paraíba
Gestores estaduais precisam começar a elaborar políticas de emprego diante desse bom momento do país

Por Mario Henrique Ladosky*


Qual o cenário do emprego na Paraíba nesse início de governo Lula? Os dados mais recentes disponibilizados pelo IBGE e pelo Ministério do Trabalho dão um retrato ruim do que foi o primeiro trimestre de 2023. 

Vamos mal no desemprego - De acordo com o IBGE (PNAD Contínua), a taxa de desemprego se manteve em 8,8% no Brasil, no primeiro trimestre.

Na Paraíba, o quadro é um pouco pior: foi de 11,1% no mesmo período. Aqui vale uma explicação técnica: é considerada desempregada a pessoa à procura de emprego na semana da pesquisa do IBGE, sem conseguir uma colocação. E as pessoas que já estavam empregadas? Qual a situação dessas pessoas no primeiro trimestre?

Geramos poucos empregos e muitas demissões - O Ministério do Trabalho (Novo CAGED) registrou o saldo negativo de 2.362 vagas, na Paraíba, no primeiro trimestre de 2023. Isso significa que o número de trabalhadores contratados foi menor do que as demissões entre janeiro e março. 

Como comparação, o Brasil acumulou no mesmo período um saldo positivo de 526 mil novos empregados formais. E no Nordeste como um todo, foi acumulando saldo positivo de 39 mil novos vínculos no período. Se incluirmos o mês de abril na conta, nenhum outro estado do Nordeste teve desempenho tão ruim no ano.

Setores com maior demissão - O fator que levou a essa contração do emprego formal na Paraíba se deve principalmente ao desempenho da indústria em geral, que acumulou menos 3.810 vagas no período. Também o setor agropecuário se somou a esse desempenho ruim com a perda de 1.949 vagas.

As maiores contratações - A situação não ficou pior porque foi compensada parcialmente pelas atividades na construção, no comércio e nos serviços que, juntas, foram responsáveis pela criação de 3.397 empregos.

Desempenho dos municípios - Dentre os municípios, o destaque na redução dos vínculos formais de emprego vai para Santa Rita, na região metropolitana da capital, e Campina Grande, onde a imprensa noticiou a demissão de mais de 600 funcionários pela Alpargatas no início do ano, impactando o mercado de trabalho local.

Essa sopa de números mostra que a Paraíba teve uma situação de emprego pior que no Nordeste e no Brasil no primeiro trimestre. As autoridades estaduais precisam estar atentas e começar a elaborar políticas de emprego para aproveitar o bom momento que se instala no país, como a redução da inflação e outros indicadores.

Não podemos desperdiçar as oportunidades que se abrem!


*Professor de Sociologia da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e Coordenador do Observatório do Mercado de Trabalho e da Informalidade na Paraíba – OMTI-PB

Edição: Polyanna Gomes