Paraíba

DESCASO

Trabalhadores dos Correios de Campina Grande recebem atendimento em van, numa calçada

“Chega a ser um escárnio a forma como esta empresa vem tratando os seus funcionários", comenta Tony Sérgio, do Sindicato

Brasil de Fato | João Pessoa - PB |
Reprodução - Foto: Arquivo Pessoal

Os transeuntes no calçadão ao lado dos Correios, em Campina Grande, não conseguiam entender o que se passava na manhã da última segunda-feira, dia 8. Uma fila de carteiros, alguns sentados em cadeiras de plástico e outros em pé, iam gradualmente sendo atendidos por profissionais da Saúde, em uma van, numa calçada, a céu aberto.


Reprodução / Foto: Arquivo Pessoal

A cena é referente ao antendimento fornecido por uma empresa contratada pelos Correios para fazer os exames periódicos dos trabalhadores do órgão. O que chamou atenção é que os trabalhadores estavam posicionados em uma calçada estreita, espremidos entre os transeuntes para tal atendimento.


Reprodução / Foto: Arquivo Pessoal

“Chega a ser um escárnio a forma como esta empresa vem tratando os seus funcionários. Uma situação de exposição humilhante aos trabalhadores. Enquanto aguardavam para serem atendidos em um exame periódico, que consistia em responder a um questionário, não tendo havido nenhum exame para emissão de um laudo de aptidão de saúde por um médico. Diante desses fatos, o sindicato tomará as medidas cabíveis, mais uma vez,  assumindo a defesa do direito à  saúde para os trabalhadores”, comenta Tony Sérgio, do Sindicato dos Correios.


Reprodução / Foto: Arquivo Pessoal

Segundo ele, o exame periódico deveria ser feito por um médico, que faria a escuta para emitir laudos, pareceres ou encaminhamentos para especialistas: cardiologista, oftalmologista, ortopedista.

A partir de então, o médico emite um ASO - Atestado de Saúde Ocupacional, que é uma declaração médica que indica se o trabalhador está em condições (apto) ou não (inapto) de realizar determinadas atividades ou funções dentro de uma empresa. 


Reprodução / Foto: Arquivo Pessoal

“Esta empresa simplesmente está fazendo entrevistas com os trabalhadores, e mesmo que o trabalhador diga que tem alguma doença e que inclusive essa doença pode impactar na saúde dele -  impedindo-o, inclusive, de trabalhar - nessa entrevista, eles colocam que o trabalhador está apto aquela função, ou seja, burlando os trabalhadores a continuarem fazendo aquela função”, denuncia Tony.

A  empresa contratada é a Total Life - Saúde Ocupacional, que estacionou uma van numa calçada e lá mesmo foi realizando as tais entrevistas.

“O  trabalhador preenche um formulário dizendo o que tem. Sendo que o trabalhador nem sabe o que tem se não passar por um exame”, destaca Tony.


Reprodução / Foto: Arquivo Pessoal

O funcionário dos Correios, Evaldo Alencar,  comentou nas suas redes: “Isso nunca aconteceu no meus 40 anos de correios, uma vergonha nacional”

“Tem mais jeito não, se não tomarmos as rédeas dessa direção, estamos no lixo”, comentou o também funcionário dos Correios”, Franknilton Silva.

Tentamos entrar em contato com a empresa Total Life, mas não obtivemos resposta.
 

 


 

Edição: Cida Alves