Na manhã desta quinta-feira (17), centenas de pessoas velaram o corpo de um dos ícones do vôlei brasileiro, Isabel Salgado, na Capela Histórica do Cemitério da Penitência, no Caju, zona Portuária do Rio de Janeiro.
Na despedida aberta ao público, que começou por volta das 11h, estiveram presentes atletas e ex-atletas do vôlei, como Jackie Silva, Fabi e Adriana Behar, políticos como Benedita da Silva, Marcelo Freixo e Orlando Silva, além de familiares, fãs, amigos e conhecidos de Isabel.
Leia mais: Lenda dentro e fora das quadras: relembre a história de Isabel Salgado
Os filhos, Pilar, Maria Clara, Pedro, Carol e Alison, fizeram homenagens durante a cerimônia muito emocionados. Maria Clara foi responsável por ler uma carta escrita pelos irmãos. Nela, relembraram a trajetória da mãe, definindo seus feitos como revolucionários e destacando seu estado de felicidade com a mudança na presidência do país.
"Aconteceu justo agora que a vida voltava à normalidade, justo agora que ela estava tão feliz e que poderia contribuir se metendo, colocando a mão na massa, do jeito que ela gostava de fazer", disse a filha.
Na capela, Isabel foi velada ao som de Gal Costa, Novos Baianos, Caetano Veloso e Moraes Moreira. Fotos espalhadas estampavam diversos momentos de sua vida, como mãe, avó e boa carioca que amava o Rio. Ao lado do caixão, a camisa 7, que usou por anos para representar a seleção brasileira feminina, relembrou sua faceta mais conhecida: de uma das atletas pioneiras do vôlei brasileiro.
"Queria agradecer a todo mundo que veio aqui. Minha mãe foi uma revolução, um furacão, uma mãe incrível, ela amava gente, foi uma mulher que ensinou a amar e foi muito amada", compleou Maria Clara.
Depois do velório, seu corpo foi encaminhado à cremação, acompanhado do cortejo das centenas de pessoas que estiveram presentes, cantando versos de Tim Maia: "Quando a gente ama não pensa em dinheiro, só se quer amar".
Morte repentina
Uma das atletas mais importantes e reconhecidas do país, Isabel Salgado, de 62 anos, faleceu na madrugada de quarta-feira (16), dois dias após ser diagnosticada com uma bactéria no pulmão. Ela estava internada no Hospital Sírio-Libanês, na região central de São Paulo.
Nesta semana, Isabel havia ingressado na equipe de transição do governo Lula (PT) na área do esporte. No mesmo dia em que assumiu a função, na última segunda-feira (14), começou a se sentir mal e foi ao hospital, fez testes e foi liberada. Retornou no dia seguinte para ser internada, onde permaneceu internada até falecer.
Isabel deixa cinco filhos, cinco netos e uma multidão de brasileiros, sobretudo as mulheres, que se inspiraram na sua força e determinação.
Edição: Eduardo Miranda