Paraíba

VIOLÊNCIA

Quem matou Honorina? Crime bárbaro segue sob investigação e protestos em Cuité

Professora nunca se envolvera em desavenças na cidade e era considerada educada, gentil e carinhosa com seus alunos

Brasil de Fato | João Pessoa - PB |
Foto: Antônio Lacerda - Foto Reprodução

Honorina, professora de português, que se tornou coordenadora pedagógica do Colégio Ideia na cidade de Cuité, teve a sua vida ceifada de forma bárbara e cruel aos 43 anos de idade, com o corpo sendo encontrado no sábado, dia 05/11. Pessoa sem precedentes negativos, educada, gentil e carinhosa com seus alunos. Deixa uma filha, Horranna de 20 anos, e um filho, Reneudo de 17. 

A professora nunca havia se envolvido em desavenças na cidade. Ao chegar a escola na qual trabalhava, abraçava e beijava os alunos. 

O crime

Na quinta-feira, dia 3 de novembro, às 20h, o WhatsApp da população local foi inundado por pedidos de ajuda para localizar Honorina. Ela já já estava desaparecida há 24 horas.

Segundo informações, ela saiu de casa no seu carro Fiat Uno vermelho e retornaria imediatamente para casa, mas não foi isso que aconteceu.

Uma movimentação para encontrá-la logo teve início. Inclusive, a rádio local tentou divulgar a roupa que ela estava usando da última vez em que foi vista, mas não conseguiu. Uma câmera de segurança de um local vizinho à casa da irmã flagrou o carro dela sendo deixado na porta da casa desta irmã.

Segundo fontes, a investigação trabalha com a hipótese de dois homens terem deixado o carro e partiram em um carro preto.

No sábado (5) pela de manhã, um pescador foi até o Açude do Cais, que fica na zona rural da cidade de Cuité, e encontrou o corpo de uma mulher sem camisa, de sutiã e calças, e boiando no açude. 

O pescador chamou a polícia. A família, o marido e o cunhado reconheceram o corpo como sendo de Honorina. O corpo já estava em estado avançado de decomposição. 

Havia perfuração de arma branca, um golpe de faca na região do abdomen e, de acordo com o laudo, ela estava com pés e mãos amarrados. Também localizaram pedras de paralelepípedo no terreno perto do açude, no entanto a investigação trabalha com a hipótese de que ela não foi morta no local por não encontrarem sangue e nem dinâmica de luta no ambiente.

Há a hipótese de que ela foi morta em outro lugar e levada para o açude com pés e mãos amarradas para que as pedras de paralelepípedo fizessem afundar o corpo. No entanto, a amarração não foi suficiente e o corpo emergiu.

Como estava em avançado estágio de decomposição, Honorina foi enterrada às 23h no cemitério, acompanhado por uma multidão comovida.

Ato - Quem matou Honorina? 

Movimentos sociais de mulheres vêm realizando diversas atividades para pressionar a justiça a desvendar o assassinato o quanto antes. Neste sábado (12), amigos e familiares fizeram uma caminhada com carro de som, faixas e camisas pretas, para protestar e questionar quem matou Honorina.

Um grande mistério e uma comoção imensa circundam essa história pelos requintes de crueldade, e a ausência de motivação.

O delegado Yaslei Almeida, delegado titular da 13° Delegacia Seccional de Picuí explica o caso: “Trata-se de um crime de grande complexidade investigativa haja vista que, primeiramente, a vítima foi dada como desaparecida no dia 01 novembro e o seu corpo só foi encontrado, ocultado, submersa nas águas do açude da zona rural do município de Cuité dias depois. Inclusive, várias hipóteses investigativas foram apontadas para esclarecer a motivação. Para isso, precisamos contextualizar as relações que a vítima vivenciava antes do seu desaparecimento para então chegarmos à autoria do crime, identificando o criminoso ou criminosos”, relata ele.

Foto: Antônio Lacerda

Foto: Antônio Lacerda

Foto: Antônio Lacerda

Foto: Antônio Lacerda

Foto: Antônio Lacerda

Foto: Antônio Lacerda

Foto: Antônio Lacerda

Foto: Antônio Lacerda

 


 

Edição: Maria Franco