Paraíba

EXTREMA DIREITA

Mulher é agredida e tem carro com adesivo de Lula depredado em atos antidemocráticos na Paraíba

Flávia Bonolo se recusou a fazer o bafômetro no local. Porém, na delegacia, onde era mais seguro, não permitiram

Brasil de Fato | João Pessoa - PB |
Imagem de vídeo do carro de Flávia sendo cercado por extremistas - Foto Reprodução

 

Os atos antidemocráticos pós eleição de Lula já começaram a realizar as suas primeiras vítimas. Trata-se da professora Flávia Bonolo, professora de geografia, que teve seu carro depredado na noite da quarta-feira (02). Ela, que vinha com uma amiga no carona, teve a roupa rasgada - ficando só de sutiã - e vários arranhões na região do busto ao tentar passar na principal avenida da capital da Paraíba, avenida Epitácio Pessoa, com o carro adesivado de Lula.

No vídeo, dezenas de manifestantes correm para cima do carro para depredá-lo e agredir a mulher. O caso foi registrado pela Polícia Militar, que estava acompanhando o ato, como lesão corporal e embriaguez ao volante, contra a condutora. 
Durante sua tentativa de ultrapassar o corredor humano dos extremistas e sob hostilização dos manifestantes antidemocráticos diante do carro adesivado de Lula, Flávia acelerou e acabou atingindo três pessoas. O advogado Getúlio Souza explicou o ocorrido:

“O carro dela foi cercado por manifestantes que a hostilizaram, quebraram o vidro do carro, e quando ela foi sair do tumulto, acabou eventualmente batendo em duas ou três pessoas. Mas de forma leve, é tanto que o carro dela só anda 5 metros. Em seguida, o carro foi depredado e destruído”, conta ele.

Flávia foi presa em flagrante: “Ela tentou fazer o teste do bafômetro, entretanto, não foi permitido porque a gente compreendeu, no primeiro momento, que não se tratava de qualquer coisa de competência da polícia de trânsito. E aí, quando eles atestaram que ela estava com a voz alterada, tentaram fazer o bafômetro mas não foi mais permitido na delegacia. Ela foi autuada e pagou fiança para sair”, explica Getúlio.

Os vídeos mostram que o carro foi quebrado e Flávia apresentou alguns hematomas no exame de corpo de delito. “Foram constatados esses hematomas, e agora são questões processuais. A linha de defesa irá mostrar que ela não estava embriagada e que não houve nenhum dolo por parte dela. Houve duas perícias, a primeira não deu nada, e na segunda deu pequenas escoriações”.

Segundo Getúlio, a defesa irá trabalhar primeiro na perspectiva do cerceamento de ir e vir, e de que ela fizesse o teste do bafômetro: “Isso seria tipificação penal e, segundo, que foi cerceado o direito de defesa dela”

Segundo a polícia, três pessoas alegaram terem sido atingidas pelo carro e prestaram depoimento. Apenas uma pessoa atingida pelo carro de Flávia fez corpo de delito e constatou-se pequenas escoriações. Flávia foi presa e liberada após fiança de R$ 600. Nenhuma das pessoas que a agrediram e depredaram o veículo foram detidas.

A Secretaria de Mobilidade Urbana de João Pessoa lançou uma nota orientando as pessoas evitarem passar pela principal (maior e mais movimentada) avenida da cidade, a Epitácio Pessoa. “O que está acontecendo no país é algo estarrecedor. Pessoas pedindo intervenção militar sem nem saber o que isso significa, sem saber o que é cassação de direitos, o que é tortura de mulheres, e querendo voltar a esse período de trevas simplesmente pelo fato de terem perdido uma eleição que aconteceu de forma democrática, sendo reconhecida pelos líderes mundiais e pelos líderes nacionais também. Eles reconheceram alegitimidade do presidente eleito, e tudo isso está em decorrência de pessoas que não aceitam o resultado das urnas”, conclui Getulio Souza.

 

 

Edição: Maria Franco