A pesca é uma arte milenar e sempre garantiu alimento à humanidade. Com o tempo, ela foi se aperfeiçoando e modernizando, mas ainda hoje, espalhadas por todo o mundo, as Vilas e Comunidades de Pescadores e Pescadoras resistem e lutam para que a pesca consciente e sustentável seja predominante em todos os espaços.
As famosas “histórias de pescadores” nem sempre são divertidas. Em sua maioria, tem muita luta e resistência. Agostinho, neto e filho de pescadores da Comunidade da Penha, em João Pessoa, lembra que se tornou pescador para conseguir realizar seus sonhos.
“Na verdade eu tinha muitos sonhos, era vaidoso e queria tá andando com roupa bonita, sapato bom, e meu pai não tinha condições, ai percebi que pra ter as coisas eu precisava trabalhar como pescador e ai fui para o mar com meu pai pescar camarão e saia vendendo de porta em porta numa caçarola, só quando me tornei adulto decidi montar uma peixaria, ter uma vida melhor, porque vida de pescador não é fácil, muitas vezes saímos pro mar sem perspectiva nenhuma, deixando nossas famílias sem comida, sem nada, na esperança de conseguir algo no meio das águas. Hoje, as mesmas pessoas que me compravam naquela época do camarão, são meus clientes e me apoiam”, lembra Agostinho.
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No dia 29 de junho é o dia do pescador, uma tradição que remete-se a historicidade religiosa, pois nesse dia os cristãos celebram São Pedro, pescador que se tornou apóstolo e seguidor de Jesus. É da Praia da Penha, em João Pessoa, que sai a procissão marítima de São Pedro, e o Senhor Agostinho é um dos organizadores. “Essa festa era organizada pelo meu pai e outros pescadores há mais de vinte cinco anos, mobilizando toda a cidade e até o estado, porque vinham pessoas de outros lugares, era uma tradição linda da comunidade, mas ultimamente as gestões não tem auxiliado na realização e manutenção da tradição e eu, junto a outros pescadores, tenho realizado esse momento ”, afirma o pescador.
No dia 26 de junho é realizada uma missa em frente ao Mercado do Peixe de Tambaú, abrindo assim, a Semana do Pescador. Outras atividades religiosas e culturais também serão realizadas, e dia 29 de junho, acontece a “Barqueata Marítima” que sai da Praia da Penha até a Praia de Tambaú.
Edição: Cida Alves