Pernambuco

MEMÓRIA

No Rio Grande do Norte, região do Seridó preserva cultura e história com Georparque e Museu

A região do sertão potiguar reúne 25 municípios e mais de 20 geossítios considerados de relevância mundial pela UNESCO

Brasil de Fato | Recife (PE) |
O geossítio de Serra Verde, no município potiguar de Cerro Corá, é um dos locais que é possível visitar no Seridó Geoparque - Getson Luís/ Seridó Geoparque

O estado do Rio Grande do Norte é bastante conhecido pelas suas praias, mas o Seridó do sertão potiguar que reúne 25 municípios também é conhecido pelas suas peculiaridades e belezas. O Seridó é considerada uma região de transição entre o caatinga do campo e Caatinga Arbórea, que se apresenta principalmente nos estados do Rio Grande do Norte e da Paraíba.

 

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Seridó Geoparque

A vegetação abriga espécies vegetais resistentes ao sol, à baixa pluviosidade, aos solos rasos e às rochas graníticas que revelam a idade do planeta terra, como destaca o professor de geologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Marcos Nascimento. 

"Uma história que remonta mais de 600 milhões de anos a partir da identificação das riquezas naturais da região, como as formações geológicas e as pinturas e gravuras rupestres encontradas em, pelo menos, 21 geossítios. O local é considerado pela UNESCO [Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura] um território de relevância mundial”, destaca o professor que é coordenador científico do Seridó Geoparque, que abriga alguns geossítios abertos à visitação.

O Seridó Geoparque está situado nos municípios de Acari, Carnaúba dos Dantas, Cerro Corá, Currais Novos, Lagoa Nova e Parelhas. O passeio funciona de domingo a domingo e tem entrada gratuita. 

Os geoparques surgiram na década de 1990 para garantir a preservação geológica da história da Terra, paisagens e as formações que testemunham a evolução do Planeta Terra. As paisagens significativas segundo o padrão internacional são gerenciadas a partir de um conceito holístico, que se preocupa com a conservação, educação e desenvolvimento sustentável da região.

“Como os geoparques do mundo, a gente não só conta a história da biodiversidade que tem naquele local, mas também o que tem por trás através das paisagens, que são formadas por rochas, por minerais, muitas vezes tem fósseis associados, o solo particular, então a gente vem e integra esse conhecimento e ainda acrescenta, como a gente brinca, a cereja do bolo, que são as questões culturais, muitas vezes marcante dentro daquele território”, destaca o coordenador científico.

Se você quiser ir à fundo e conhecer as gigantes rochas, é só acessar o site.

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Museu do Seridó

Além da história, a região também é rica no artesanato e na cultura sacra que refletem a fé do sertanejo e estão disponíveis para visitação no Museu do Seridó. O espaço é uma unidade suplementar da UFRN, que tem o propósito de conservar e divulgar a memória.

Mas, devido a pandemia da Covid-19, o espaço físico permanece fechado e a organização teve que se reinventar. “O museu tem uma vida bastante ativa em ambientes web, tanto Instagram, quando tem uma exposição virtual já em sua segunda edição no ar. O museu consegue atingir o público mesmo estando com as portas fechadas para visitação”, como destaca Gildo Santos, museólogo da UFRN.

No site do museu, é possível visualizar exposições e participar de atividades educativas sobre Seridó. "O que houve foi isso, trabalhar a informação e trabalhar o percurso da exposição em diversos níveis. Você pode continuar de um nível para outro, de uma sala virtual para outra, voltar para compreender melhor, assistir ou não os audiovisuais, abrir um link para saber mais e aí você tem acesso ao catálogo da exposição que é com toda informação iconológico, iconográfico e historiográfica, bem típicas de alguém que quer saber mais como um pesquisador da área”, explica o museólogo. Para quem deseja viajar sem sair de casa, é só acessar o  site do museu.

Edição: Vanessa Gonzaga