Paraíba

Rugby na PB

Time Campina Rugby completa 11 anos divulgando e praticando o esporte no estado

Rugby é o segundo esporte mais praticado no mundo e, na Paraíba, tem equipes do sertão ao litoral

Brasil de Fato | João Pessoa (PB) |

Ouça o áudio:

Time Campina Rugby. - Reprodução Instagram

Rugby é um esporte antigo e surgiu na Inglaterra há mais de duzentos anos. Alguns estudiosos também comentam que o Rugby pode ter surgido bem antes, com os romanos. O que se sabe hoje é que ele é o segundo esporte mais praticado do mundo, e o terceiro evento mundial mais assistido, perdendo apenas para a Copa de Mundo e Olimpíadas. Aqui na Paraíba o Rugby ganhou seu espaço e o estado tem equipes do sertão ao litoral.  

Arthur Navarro é presidente e coordenador do Campina Rubgy, da cidade de Campina Grande. Em 2007 quando assistiu a um evento de Rugby Mundial, pensou em praticar a modalidade e buscou pessoas em uma comunidade na antiga rede social Orkut que se interessavam também pelo esporte. Em 2009 já tinha um número de adeptos que se encontravam para treinar, mas foi somente em 2011 que decidiram se reunir para montar uma equipe. 


Arthur Navarro - Presidente do Campina Rugby. / Reprodução Instagram

Os treinos inicialmente aconteciam nos espaços públicos como Parque da Criança e UFCG, depois encontraram um espaço no bairro do Itararé e os treinos começaram a se tornar mais eficientes. “Foi apenas em 2011 que começamos realmente a querer montar um clube para que pudéssemos jogar e treinar de forma mais adequada o esporte”, comenta Arthur. Uma curiosidade interessante é que o mascote do Campina Rugby é um jacaré. A história por trás dessa escolha remete-se a uma brincadeira folclórica da cidade sobre a existência de jacarés que habitam o Açude Velho. 


RUGBY NA PARAÍBA


Aqui no estado da Paraíba, pela criação e inicio das competições, o Rugby vem ganhando seu espaço há mais de dez anos. Alguns campeonatos já foram realizados e a popularização do esporte fez com que o estado pudesse ter times do sertão ao litoral. “Na Paraíba temos clube de Rugby em Campina Grande e João Pessoa, mas tivemos também por vários anos os times de Patos, Cajazeiras e Bayeux. Chegamos a realizar o primeiro Campeonato Paraibano de Rugby em 2016 onde nos sagramos campeões. Foi bem interessante e a ideia da gente é voltar a realizar esses campeonatos, mas agora, nesse pós-pandemia, é um momento de montagem dos times, de retornos, de treinos, reorganizações... Acredito que em 2023 é que será um ano interessante pra gente pensar esse estadual”, afirma Arthur. 


INCLUSÃO, VALORES, E EQUIDADE NO RUGBY


O Rugby é conhecido mundialmente por trabalhar além do físico, a inteligência emocional e o social do atleta. Para ingressar no esporte você precisa entender que para além das estratégias e jogadas, é necessário compreender os cinco pilares do Rugby: integridade, respeito, solidariedade, paixão e disciplina. O Campina Rugby tem em sua essência, desde a criação, a vontade de divulgar o Rugby, seus benefícios e valores para todos os seus praticantes e pessoas que buscam conhecer o esporte. “ O Rugby é um esporte altamente inclusivo. Além da modalidade mais conhecida, o Rugby com 15 jogadores, temos a modalidade olímpica com sete pessoas de cada lado, e também a modalidade paralímpica, que é o Rugby com cadeiras de rodas. Em qualquer das modalidades é um esporte inclusivo porque temos espaço para todos os tipos de pessoas, raças e biótipos físicos: altos, fortes, magros, gordos, baixos... Acredito que dentre todos os esportes praticados aqui, o Rugby seja considerado o mais inclusivo”, aponta Navarro. 

Ivna Carollyne, 25 anos, pratica Rugby desde 2014. A microempresária conheceu o esporte através de um amigo e desde o primeiro treino com o Campina Rugby nunca mais abandonou a prática. Ivna disse ter sido acolhida no time por sentir a equidade entre o masculino e feminino, e também pelos valores do Rugby, que para além da prática, chamaram sua atenção de permanecer e se dedicar ao esporte. “No Rugby muito se fala sobre os pilares do esporte, e isso foi o que me fez continuar. Nós sabemos que o Brasil é um país misógino e machista e, na maioria das vezes, as mulheres são alvos de críticas por praticarem esportes de contato. Eu não me senti assim no Rugby, e acredito que seja por esses valores que não são só falados da boca pra fora, mas colocados em prática. Eu até viajei para outros países e vi outros times jogarem e percebi que esse respeito e equidade estão no mundo todo”, explica Ivna.

Márcio Henrique, 25 anos, também é um integrante da equipe e desde 2015 que pratica o esporte. O jovem destaca ainda que a integridade e o respeito, dois pilares do estilo esportivo, foi o que mais motivou ele a continuar e acreditar que o Rugby, para além de um esporte, é um espaço para aprender valores. “A gente aprende da base a respeitar árbitros, treinadores, colegas, oponentes...Eu acredito, dentro desse tempo que pratico Rugby, que o respeito é o maior pilar do esporte. O rugby tem seu valor por ser um esporte bastante inclusivo, que não exige determinadas características físicas ou sociais, somente que você queira e deseje praticar”, completa o atleta.


PROJETOS SOCIAIS DE RUGBY


Uma das ideias do Campina Rugby e seus organizadores é investir na criação de projetos sociais na cidade de Campina Grande, tanto para expansão do esporte, como para ensinar esses valores às pessoas em situação de vulnerabilidade social. “Com certeza a ideia é abrir para que possamos realizar projetos sociais, principalmente em escolas públicas. Temos planejado de conversar com a Secretaria de Esporte e Lazer da cidade para que possamos criar e desenvolver um projeto social no Plínio Lemos. Um projeto precisa ter responsabilidade e dedicação, por isso a necessidade de planejar e pensar bem em como faremos o passo a passo. Acredito que com as ideias boas e o apoio de nossos parceiros, em especial a UEPB, possamos desempenhar esse feito nos próximos anos”, esclarece Arthur.

PANDEMIA DA COVID-19 E RETORNOS AOS TREINOS

A Equipe Campina Rugby estava há dois anos sem treinar devido a pandemia da covid-19, mas nesse mês de março os times masculino e feminino voltaram a se reunir para treinos e reorganizações, além de planejar e pensar as futuras competições.
 

Edição: Heloisa de Sousa