Um notícia surpreendeu a população paraibana, nesta quarta (02), ao publicizar que o reitor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Valdiney Gouveia, havia sido aprovado para o curso de engenharia de produção da UFPB pelo sistema de cotas para alunos de escola pública. O reitor fez 638,9 pontos. O que parecia ser um gesto inofensivo, levantou uma questão. A atitude do reitor estaria dentro da legalidade?
Apesar de vários veículos de mídia da Paraíba terem afirmado, a priori, não haver impedimento legal para tal ato, o entendimento da Advocacia Geral da União (AGU), desde abril de 2012 é de que ex-alunos de universidades, públicas ou federais, não podem concorrer à vaga no segundo curso de graduação como cotistas. A decisão da AGU foi confirmada, em caso de estudante que já possuía licenciatura em Química, cursava Mestrado e desejava entrar para o curso de Medicina na Universidade do Piauí (UPI), pelo processo de número 0022007-42.2009.4.01.4000 , do Tribunal Regional da 1ª Região.
Nesta quarta (02), o Ministério Público Federal (MPF) da Paraíba solicitou informações sobre a legalidade do uso de cotas para ingresso do reitor da instituição, Valdiney Gouveia, através do Sisu e abriu apuração através de denúncia baseada em notícia, a chamada Notícia de Fato, instaurada pela procuradora da República, Janaína Andrade.
O MPF deu um prazo de 10 dias para a Pró-reitoria de Graduação da UFPB se manifestar sobre o assunto. Ao ficar sabendo da repercussão do caso, Valdiney Gouveia publicou em suas redes sociais documentos que comprovam os estudos dele em escola pública.
O Associação dos Docentes da Universidade Federal da Paraíba (AdufPB) se pronunciou dizendo que a legalidade do caso deve ser investigada pelas instâncias competentes e que há várias questões éticas que precisam ser levantadas nesse caso. "O sistema de cotas é uma forma de reparação de inúmeras injustiças sociais cometidas pelo Estado e é voltado a pessoas em situação de maior vulnerabilidade. É necessário questionar, portanto, se um professor titular federal que atualmente ocupa o maior posto dentro da reitoria da instituição (mesmo que a sua indicação tenha se dado à revelia da comunidade universitária) necessita de cota para uma terceira graduação.", afirmou a AdufPB, através do site da instituição.
Edição: Heloisa de Sousa