Paraíba

VOLTA ÀS AULAS UFPB

Aulas no formato híbrido serão no dia 21/02 - Retorno presencial ocorrerá em 21/03

Decisão foi provada em reunião extraordinária do Consepe, na última quarta-feira (16)

Brasil de Fato | João Pessoa - PB |
Internet - Imagem Reprodução

O Conselho Superior de Ensino Pesquisa e Extensão da Universidade Federal da Paraíba (Consepe/UFPB) aprovou, em reunião extraordinária na última quarta-feira (16), o início do semestre letivo 2021.2 para o dia 21 de fevereiro, conforme disciplina a Resolução nº 45/2021 do Consepe, no formato híbrido, e o retorno presencial gradual e seguro das aulas foi adiado para o dia 21 de março.

A reunião foi presidida pelo Reitor/Interventor Valdiney Gouveia e após cinco horas de diálogo, o parecer, de autoria do professor Antônio Manoel Elíbio Júnior, foi aprovado pela maioria dos conselheiros participantes, com 27 votos favoráveis, 8 contrários e 3 abstenções.

Na última sexta-feira (11), pela manhã e no horário do meio-dia, a Adufpb ocupou os principais programas de rádios da Paraíba para reafirmar que professoras e professores são a favor da volta ao trabalho presencial. Entretanto, os docentes cobram da Reitoria a adequação dos ambientes para esse possível retorno, com segurança e sem risco à vida e à saúde de professoras, professores e alunos. 

É o que explica Fernando Cunha, presidente da Adufpb: “Queremos deixar claro a todos e a todas que a Adufpb, em Assembleia docente, definiu pela volta das atividades presenciais em novembro do ano passado, e agora, no dia 9 de fevereiro ela definiu que concorda com o ensino presencial, mas desde que as condições sejam garantidas para que os professores e estudantes se sintam seguros para voltar”, disse ele.

Vídeo: Presidente da Adufpb, Fernando Cunha, fala sobre o retorno às aulas nos modos híbrido e presencial

O Consepe também decidiu a favor da obrigatoriedade do passaporte vacinal na UFPB para discentes, docentes e servidores técnico-administrativos. Segundo Fernando Cunha, todas as medidas valem a partir da aprovação, entretanto, durante a reunião do Consepe, o Reitor Valdiney levantou a possibilidade de vetar a cobrança da vacinação a partir de parecer da procuradoria jurídica da instituição. “Ele possui essa prerrogativa e insinuou que a utilizaria. Ou seja, quando for publicado o parecer, pode vir com o veto. Porém esse veto exige que a questão seja apreciada na próxima reunião do Consuni”, comenta Fernando.

Segundo ele, não há um plano, nem condições de infraestrutura para a volta às aulas presenciais: “Hoje de manhã havia uma fila enorme de pessoas no Centro de Vivências (UFPB) buscando local para coleta de testes (de covid-19). Então nós iríamos voltar às atividades presenciais com 20 ou 30 mil pessoas diareiamente dentro do Centro, e temos dois locais de coleta de testagem para covid-19; somos favoráveis as coletas de testagem, mas se a gente voltar ao presencial, isso vai aumentar a transmissibilidade, e a gente quer que as transmissibilidade diminua porque, na medida em que ela diminuir, a gente pode garantir um retorno seguro para todos e todas”, conclui.

A comunidade universitária tem reivindicado, de forma legítima, a adequação das instalações de maneira a garantir regras básicas de biossegurança estabelecidas por autoridades sanitárias. “Sem atendimento a essas condições mínimas, não é possível a volta às aulas presenciais no próximo dia 21 de fevereiro. É imperioso e urgente que a administração superior da UFPB apresente condições sanitárias adequadas em suas instalações, sob pena de se colocar em grave risco a saúde e a vida de milhares de pessoas. Com vistas à preparação dessas instalações, por pressão da comunidade universitária, foi instaurada, em novembro de 2021, no CONSUNI – o órgão máximo da instituição – uma comissão composta por Pró-Reitores, membros da comissão de Biossegurança da UFPB, membros do próprio Conselho Universitário e representantes dos três segmentos (docente, discente e técnico-administrativo), com a função de estabelecer uma política institucional para o retorno das atividades presenciais na UFPB, determinando as medidas a serem adotadas, com base em pareceres técnicos de autoridades científicas que apontaram essas orientações seguras. Ocorre que, até o momento, o CONSUNI, que é presidido pelo reitor-interventor, não apreciou o documento elaborado pela comissão. O que se viu nesses últimos meses foi uma reitoria – intervencionista e sem legitimidade política da comunidade universitária – inoperante, que não concede o suporte e o apoio necessários ao funcionamento da própria instituição pela qual deveria zelar", disse em nota a Adufpb.

Estudantes e professores querem o retorno das atividades presenciais: “Também não aguentamos mais o ensino remoto, não aguentamos mais o trabalho dobrado em casa com outras demandas que provocam ensino remoto. Nós queremos atividades presenciais, agora, nós queremos de forma segura. A universidade precisa dizer claramente o que ela fez durante dois anos para garantir que as atividades presenciais ocorressem, que proteção individual ela vai garantir para estudantes, professores e técnicos administrativos; garantir cabeamento de internet para que os professores e estudantes possam trafegar nas redes porque todo dia tem problema de conexão dentro da universidade, e há vários lugares que não têm conexão alguma; e os ar condicionados que não foram feitas as devidas manutenções necessárias em sala”, complementou Fernando Cunha.
 

Edição: Heloisa de Sousa