Paraíba

NARRATIVAS LGBTI

"Quando Ousamos Existir"- últimos dias da Campanha de Financiamento Coletivo

Campanha está ativa em diversas páginas de movimentos sociais no intuito de levantar recursos para a divulgação do longa

Brasil de Fato | João Pessoa - PB |
Com roteiro e direção de Cláudio Nascimento e Marcio Caetano, o documentário aborda, através de entrevistas, as trajetórias históricas do Movimento Social LGBTI - Imagem Reprodução

Uma Campanha de Financiamento Coletivo vem sendo realizada e renderizada em diversas páginas de movimentos sociais no intuito de levantar recursos para ajudar na distribuição do longametragem "Quando ousamos existir", sobre a história do Movimento LGBTI+ brasileiro. 

Ao longo de quatro anos, Cláudio Nascimento, Marcio Caetano e Fábio Rodrigues viajaram pelo país entrevistando ativistas para produzir o documentário filme, que traz entrevistas de diversos sujeitos e suas trajetórias históricas no Movimento Social LGBTI, em seus mais de 40 anos. Desde a emergência em plena ditadura hetero-militar até a participação nos debates da Constituinte, passando pelos anos iniciais da epidemia de Aids e das lutas pela despatologização da homossexualidade. 

Documentário tem a presença do paraibano Luciano Bezerra Vieira (in memorian) que, carinhosamente, ficou conhecido como Abelha Rainha

Além de celebrar os anos dos movimentos sociais LGBTI no Brasil, desde a sua emergência em 1978 com o “Somos – Grupo de Afirmação Homossexual”, ‘Quando Ousamos Existir’ registra a resistência que ainda hoje é necessária.


Card / Redes Sociais

O material foi gerado entre 2017 e 2019, com ativistas dos estados do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Pernambuco, Bahia, São Paulo, Paraíba, Sergipe e Ceará, e que atuaram nas décadas de 1970 e 80.

Um dos personagens presentes é o ativista paraibano Luciano Bezerra Vieira (in memorian) que, carinhosamente, ficou conhecido como Abelha Rainha, por liderar toda uma colmeia. Luciano foi educador de uma geração de militantes que, hoje, atuam profissionalmente em diversas áreas do conhecimento. Ele sempre associava a luta pelos direitos LGBTQIA+ ao combate ao racismo, machismo e todas as formas de discriminações e preconceitos, além da luta política por uma sociedade mais justa e solidária. Em 2017, a colmeia sofreu com a sua partida, mas o Movimento não sucumbiu, resistiu e permanece em plena atuação. 


Imagem Reprodução Redes Sociais

A Campanha de Financiamento Coletivo prevê recompensas e brindes para os apoiadores que doarem a partir de R$10, 40, 55, 65, 85 e outros valores, que vão de livros, adesivos, bolsas, bottons e ingressos para ver o filme.

O dinheiro arrecadado terá como foco a divulgação do filme, além da inscrição em premiéres de pré-lançamento e inscrições do filme em festivais de cinema.

Para ajudar na campanha, que finaliza nesta terça-feira (18/01/2022 às 23h59m59s), basta acessar o link: https://www.catarse.me/quandoousamosexistir 

Trailer oficial "Quando Ousamos Existir"

Vozes co(do)loridas do passado

O documentário traz as vozes e interpretações de algumas pessoas - dentre tantas outras que não foram localizadas - que aceitaram o convite/desafio de dividir suas histórias que, mesmo institucionais e coletivas, se confundiam muitas vezes com as narrativas e possibilidades de existência individual. 

As narrativas são de ativistas LGBTI e aliados de diversos campos de atuação e regiões do país que trazem histórias de grupos, acontecimentos, mobilizações políticas, lutas por cidadania e visibilidade, aids, dores e amores, dentre tantos outros momentos da trajetória do Movimento Social LGBTI.

Card / Redes Sociais

Entre inúmeros depoimentos, há, por exemplo, João Nery, o primeiro homem trans a realizar a cirurgia de redesignação sexual no Brasil, em 1977, e que era ativista pelos direitos LGBT, falecido em 2018; 

Há também a Regina Fachinni, ativista de direitos humanos, pesquisadora do Núcleo de Estudos de Gênero Pagu (UNICAMP); Marcely Malta, coordenadora da ONG Igualdade – RS, travesti militante do Movimento Trans e de Direitos Humanos de Porto Alegre, além de Paulo Fatal, que integrou o Grupo Triângulo Rosa e um dos primeiros ativistas a se posicionarem pelo enfrentamento à epidemia de HIV nos anos de 1980.

O filme foi, primeiramente, idealizado pelo Centro de Memória João Antônio Mascarenhas, a partir de preocupações com a memória oral do ativismo LGBT no Brasil. Nesse caminho, as ações iniciais do Centro foram financiadas com recurso do Edital Proext 2017 do Ministério da Educação, mas no que tange ao filme as ações foram quase todas autofinanciadas pela dupla de direção. 

Os apoios institucionais aconteceram a partir da concessão de bolsa de pesquisa ou iniciação tecnológica da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e do Grupo Arco-Iris de Cidadania LGBT.

A produção é uma iniciativa universitária e ativista sem fins lucrativos e a realização é do Centro de Memória João Antônio Mascarenhas (UFPEL-UFES-GAI) e Grupo Arco-Íris de Cidadania LGBT

Ficha Técnica

Direção geral, concepção e entrevistas: Cláudio Nascimento e Marcio Caetano
Roteiro Cláudio Nascimento e Marcio Caetano
Produção: Cláudio Nascimento e Marcio Caetano
Pesquisa: Cláudio Nascimento, Fabio Rodrigues, Larissa Martins e Marcio Caetano
Direção de Arte e Fotografia: Fabio Rodrigues
Operação de câmera, Iluminação e Som direto: Fabio Rodrigues e Marcio Caetano
Trilha Sonora “Memórias”, Valéria Barcellos – Intérprete & Juliano Barreto de Carvalho –
Compositor
Ilustração e Animação: Fabio Rodrigues
Edição e Finalização: Fabio Rodrigues
Legenda Fabio Rodrigues e José Pedro Minho
Assistente de Edição: Agda Antunes
Assistente de Pesquisa: Clara Brandão, Elisa Abreu, Felipe Sbardelotto, João Neto e
Júlio John
Assistente de Produção: Elisa Abreu, João Neto e Júlio John
Mixagem de Som: Fiona Maria
Divulgação: Julia Fripp e José Pedro Minho

Outras informações no Twitter @MemoriasLGBTI


Com informações de http://fabricioviana.com/
 

 

 

 

Edição: Heloisa de Sousa