O motorista suspeito de atropelar e matar o agente cultural Adriano Fidelis apresentou-se à Central de Polícia Civil, em João Pessoa, nesta terça-feira (11). De acordo com informações da polícia, o suspeito, que não teve seu nome divulgado, é argentino, tem 46 anos, possui casa fixa no Brasil e presta serviço a uma locadora de veículos. O acidente aconteceu no dia 1º de janeiro, na Avenida Nossa Senhora dos Navegantes, em Tambaú.
Segundo apuração, o motorista relatou que havia tomado a vacina contra Covid-19 recentemente e que estava tendo reação. Ele contou à Polícia que não havia saído para comemorar na noite do Réveillon, mas que saiu às 4h da manhã para dar um passeio com a namorada na praia, e quando estava voltando, cochilou no volante. Quando ele viu que bateu em algo, olhou pelo retrovisor e achou que só havia atingido uma carrocinha, então foi para casa e dormiu o dia todo. Ele contou que só soube da morte após quatro dias porque a sua namorada ligou para avisar.
Na prática, o motorista livrou o flagrante e veio a afirmar que não havia bebido após 10 dias de transcorrido o atropelamento.
“É claro que ninguém vai provar, mas vão ter que fazer outra investigação, por que, como é que a pessoa mata alguém e não viu? A namorada não estava ao lado?”, questiona Vitória Fidelis, irmã da vítima.
Ela contou que recebeu uma denúncia apontando ser a locadora de automóveis quem tirou o carro de madrugada do apartamento do motorista e o levou para a oficina.
“É tudo muito confuso porque a polícia não entra em contato e a gente só fica sabendo das coisas pelas reportagens. O que a gente quer é que se tomem providências para que ele seja preso porque isso não pode ficar impune só porque ele tem dinheiro”, afirma ela.
“Tudo que ele falou não é verídico, é mentira, ele pode até estar defendendo outra pessoa - quem sabe se não foi a namorada que tava dirigindo? Como é que ele passou a noite dormindo e só às 4 horas da manhã saiu de casa e ainda dormiu no volante? E diz que não ingeriu nada? Então é muito contraditória a versão dele. Ele disse que não percebeu que tinha matado, mas ele matou. Quem perdeu fomos nós”
A campanha para ajudar a viúva, Luciana, os filhos e netos de Adriano continua. A ajuda financeira deve ser enviada através do PIX: [email protected]
Edição: Heloisa de Sousa