Rio Grande do Sul

VIOLÊNCIA POLÍTICA

Em nova ameaça, autor diz estar "mais perto do que se imagina” da Bancada Negra de Porto Alegre

Mensagem foi enviada por e-mail ao vereador Matheus Gomes (PSOL)

Após a primeira ameaça, integrantes da Bancada Negra prestaram queixa junto à Delegacia de Combate à Intolerância de Porto Alegre - Foto: Lucas Leffa

No dia 27 de dezembro, o vereador Matheus Gomes recebeu uma nova ameaça de morte em sua caixa postal, enviada pelo mesmo e-mail que havia enviado mensagens com ameaças aos cinco mandatos negros da Câmara de Porto Alegre, no início de dezembro. Na nova mensagem, enviada apenas para Matheus, o autor reitera as ameaças contra a bancada, dizendo que fará um ataque a tiros, e diz que está mais perto deles do que se imagina. “Se eu fosse de longe, como eu iria saber? mistério”, diz o autor da ameaça, se referindo a detalhes do funcionamento da Câmara que constavam da ameaça anterior.

O responsável pelo e-mail também debocha e desafia a polícia, dizendo que espera que cheguem até ele mais rápido e que os aguarda para “servir um chimas” (chimarrão), mas que “está esfriando”. Logo após a primeira ameaça, a Bancada Negra de Porto Alegre, formada por Karen Santos (PSOL), Daiana Santos (PCdoB), Bruna Rodrigues (PCdoB), Laura Sito (PT) e Matheus Gomes (PSOL), prestou queixa junto à Delegacia de Combate à Intolerância de Porto Alegre. Na ocasião, os partidos de esquerda realizaram um ato público unitário na Esquina Democrática, em repúdio às ameaças e em solidariedade aos mandatos da Bancada Negra.

Como na primeira ameaça, a assinatura utilizada é falsa, em nome de RWA*, e tem sido utilizada desde 2017 por um grupo de ódio em pelo menos nove outras ameaças de morte, contra parlamentares como Belo Horizonte, Curitiba e Joinville, e as deputadas federais Talíria Petrone (PSOL) e Carla Zambelli (PSL), entre outras lideranças políticas. O autor também faz comentários homofóbicos e assina acompanhado do número 666.

Segundo Matheus, o e-mails “refletem a articulação de grupos de ódio que perseguem parlamentares mulheres e homens negros, LGBTQIA+, indígenas e já atacaram figuras de diferentes espectros políticos, da esquerda à direita. É preciso celeridade nas investigações por parte da Polícia Civil e da Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do RS. Não podemos admitir que a Bancada Negra seja impedida de exercer os seus mandatos. Esse é um ataque à democracia como um todo. Toda a solidariedade e ação dos movimentos sociais em nossa defesa é necessária!”

Edição: Esquerda Online