Rio Grande do Sul

RESPEITO

Empresa de uma grande rede mundial de frigoríficos é acusada de racionar carne dos funcionários

Medida teria sido tomada na Pampeano Alimentos, de Hulha Negra (RS), do grupo Marfrig, segundo denúncia de sindicato

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Sindicato denuncia que funcionários de frigoríficos recebem quantia ínfima de carne nas refeições - Bruno Cecim / Fotos Públicas

Uma empresa pertencente a um dos maiores grupos produtores de proteína animal do mundo está racionando a carne servida aos seus funcionários. Esta é, pelo menos, a denúncia do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Bagé e Região (Stiabage), na Campanha gaúcha.

A empresa é a Pampeano Alimentos, unidade de Hulha Negra (RS), distante 30 km de Bagé. É vinculada ao conglomerado Marfrig Global Foods, com presença em 12 países e quatro continentes através de marcas como Montana, Bassi, entre outras.

“Se não estivéssemos testemunhando de perto essa situação não daria para acreditar”, diz Luiz Carlos Cabral, presidente do sindicato.

“Uma das maiores empresas do setor frigorífico mundial oferece um pedaço de carne insignificante ao seu empregado na hora da refeição”, reclama. O protesto foi postado no site do sindicato e nas redes sociais.   

“Bife fino como sola de sapato”

O sindicato aponta a existência de “um refeitório paralelo, para cargos superiores, chefias, diretores, com carne à vontade”. Diz ainda que “quando é bife, o pedaço é mais fino que uma sola de sapato. E quando a carne é em tiras ou retalhos, na hora de servir a pessoa que faz isso dá uma “peneirada” para que a quantidade no prato seja menor”.

Relata que, de acordo com informações que levantou, “a carne chega de forma normal ao Pampeano, mas passa por um fatiador para “render mais” e fazer com que o trabalhador receba um pedaço insignificante para seu sustento”.

O que resulta na reclamação de Cabral: “Em pleno século 21, o trabalhador precisa quase mendigar para ter um pedaço de carne maior no seu prato”.

Marfrig nega a acusação

Consultada pelo Brasil de Fato RS, a Marfrig negou a denúncia. Em nota enviada na tarde de hoje (30), afirma “que não procede a informação de que racionaliza carnes durante as refeições dos colaboradores da unidade de Bagé, no Rio Grande do Sul”. O texto acrescenta que “a companhia reforça seu compromisso com o bem-estar e cuidado com colaboradores em todas as suas plantas”.

O conglomerado Marfrig entrou no mercado nos anos 2000 operando frigoríficos no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Hoje, é constituído por 50 unidades de processamento e produção. Tem capacidade para abater 31 mil cabeças de gado por dia. A cada ano produz 222 mil toneladas de hambúrguer, além de 209 mil toneladas de outros produtos.


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Edição: Marcelo Ferreira