Paraíba

CULTO MATRIARCAL

Espetáculo paraibano ‘Rainha dos Dois Mundos’ se apresenta nesta quinta (11) no III FestFIM

Os artistas Edna Diniz e Mano Wey estão representando a Paraíba no III Festival Internacional de Artes Integradas, em SP

Brasil de Fato | João Pessoa (PB) |
Espetáculo ‘Rainha dos Dois Mundos’. - Reprodução

Os artistas Edna Diniz e Mano Wey estarão representando a Paraíba com o espetáculo ‘Rainha dos Dois Mundos’ no III FestFIM, Festival Internacional de Artes Integradas, não-competitivo, totalmente online, realizado pela Cia. Apocalíptica, de São Paulo. O evento acontece entre os dias 06 e 14 de novembro e a apresentação paraibana será nesta quinta (11), às 17 horas.

Este ano foram 400 trabalhos inscritos, de mais de 20 cidades do Brasil, com cerca de 100 horas de programação, contando com 46 espetáculos nacionais e 6 espetáculos internacionais, além de 10 atividades formativas, tornando este, Segundo os organizadores, este é o maior festival online de artes integradas de São Paulo.

O espetáculo paraibano conta a história lúdica e real de Maria Jesuína, ou melhor, Nã Agotimé, mulher negra africana, princesa no reino do antigo Daomé, até ser sequestrada e vendida como escravizada para o Brasil, indo parar em São Luís do Maranhão. Segundos os estudos de Pierre Vieger, ela fundou a Casa das Minas, o culto matriarcal Voodum, mantendo viva assim as tradições culturais de sua terra natal e ligando a África ao Brasil de maneira singular. Essa história tem uma importância significativa para a formação da identidade afro-brasileira, revelando as condições a qual a população negra estava condicionada e suas várias formas de resistência, indo de encontro Às tentativas de invisibilização e negação da importância do negro na construção da história do nosso País. 

“O nosso país tem um déficit muito grande no reconhecimento das populações negras na construção da brasilidade, buscamos com essa contação, mostrar um pouco das muitas resistências desses povos, saindo do estereotipo de povo sofrido e escravizado, mostrando os vários movimentos criativos na construção da nossa identidade enquanto nação. Contamos para eternizar nossos heróis e heroínas, saudamos a todes nossos antepassados e seguimos levando as suas histórias durante as gerações. Esperamos que esse projeto venha a fortalecer a essência combativa, resistente e criativa do nosso povo na história, em especial o da mulher negra”, conta Edna Diniz.

QUEM SÃO


Edna Diniz e Weydson Machado. / Reprodução

Weydson Machado dos Santos, Músico, ator, arte-educador, pernambucano, 29 anos. É discente da graduação de licenciatura em História na UFPB. Como pesquisador da área da cultura participou da INCUBES e do ObservaCult desenvolvendo ações de extensão nas comunidades de Muçumago e Caaporã, abrindo um banco comunitário e fazendo uma incubação no Terreiro Guerreiros de Ogum. Como Músico atuou de forma independente e tocou com alguns nomes importantes do cenário artístico-cultural da cidade de João Pessoa como Escurinho, Ninno Amorim, Lúcio Aureliano e Zé Guilherme. Atualmente integra a Cia Cafuzes e está atuando na peça "Rainha dos dois mundos".


Edna Diniz, 29 anos, alagoana radicada em João pessoa há 11 anos, atriz, contadora de histórias, graduanda da licenciatura em Teatro na UFPB. Integra os Projetos de Extensão ‘Subindo a Ladeira’ e ‘Rolezinho do Porto do Capim’ como arte educadora. Desenvolve oficinas de história local e educação patrimonial através das múltiplas linguagens artísticas (música, teatro, dança e audiovisual) junto aos adolescentes e crianças da Comunidade Tradicional e Ribeirinha Porto do Capim. Desde 2019, realiza pesquisas corporais performativas que compõem o roteiro do experimento cênico performativo “Surto”, idealizado pelo Projeto Surto. Em 2021 iniciou a montagem da Contação de Histórias “Rainha dos dois mundos” pela Companhia de Teatro Cia Cafuzes.

 

Edição: Heloisa de Sousa