A tarde desta segunda (18) foi marcada por atividade dos sindicalistas, no aeroporto Castro Pinto, em Bayeux, contra a aprovação do Projeto de Emenda Constitucional (PEC), n° 32, em discussão na Câmara de Deputados/as. No último dia 23 de setembro, a PEC foi aprovada pela Comissão especial da Câmara dos Deputados, sofrendo algumas modificações em seu texto original, no entanto, sem alterações no teor da proposta em retirar direitos dos servidores públicos. Agora a PEC aguarda votação em plenário.
Para tentar pressionar deputados/as e senadores, um grupo de sindicalistas, servidores públicos e movimentos sociais se concentrou no saguão do aeroporto com o intuito de dialogar com os parlamentares e pedirem o compromisso deles em defender o serviço e o servidor público. Com o lema, "Não à PEC 32, se votar não volta", os sindicalistas abordaram os parlamentares que estavam em direção à Brasília.
Servidores dos Correios no protesto contra a PEC 32. / Marcos Freitas
CUT presente no protesto contra a PEC 32. / Marcos Freitas
"A PEC 32 faz uma contrarreforma na administração no Brasil. Tem o efeito perverso nos serviços públicos e nos servidores públicos. Na verdade o que ela faz é acabar com os serviços públicos para aqueles que mais necessitam dos serviços públicos. Ela tem um efeito perverso na abertura de privatizações da sáude, da educação, da moradia, da assistência social como um todo. Se aprovada, ela abre a possibilidade de uma coisa que já existia no Estado Brasileiro que é as indicações para ocupar os cargos públicos sem que haja concurso público e de contratação temporária por 10 anos e cria possibilidade para que as organizações sociais e terceirizações venha a ocorrer dentro das escolas, das universidades, postos de saúde, rebaixando a qualidade dos serviços prestados para o povo brasileiro. Ela faz parte do bojo das outras reformas que acontecerem no Brasil, a reforma trabalhista, que só fez aumentar o desemprego no Brasil, a reforma previdenciária, que só fez aumentar o tempo de serviço dos trabalhadores, de um modo geral, recebendo menos, e a emenda constitucional n°.95 que retirou recursos da educação, da saúde, da assistência social", explicou Fernando Cunha, presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal da Paraíba, ADUF-PB.
CTB presente no ato contra a PEC 32. / Marcos Freitas
A previsão do governo era colocar a PEC 32 para ser votada em plenário até setembro, mas a organização dos servidores públicos, fez com que esse prazo não conseguisse ser cumprido.
Aqui na Paraíba, os deputados Gervásio Maia (PSB), Frei Anastácio (PT), Pedro Cunha Lima (PSDB), Edna Henriques (PSDB) e Dr. Damião (PDT) se posicionaram dizendo que votarão contra a PEC 32 e a favor do serviço público, no entanto, a tentativa agora é de sensibilizar os outros deputados Efraim Filho (DEM), Hugo Mota (PRB), Julian Lemos (PSL), Ruy Carneiro (PSDB), Aguinaldo Ribeiro (PP), Wellington Roberto (PL), Wilson Santiago (PTB) para votarem contra a proposta e favoráveis às servidoras e servidores públicos.
Senador Veneziano Vital Do Rêgo (MDB). / Reprodução
Veneziano ouviu os protestos e dialogou com os presentes na ação, reafirmando seu compromisso com os servidores públicos. / Reprodução
Durante o protesto, o grupo encontrou com o senado Veneziano Vital do Rêgo (MDB), que deu total apoio à causa, afirmando seu compromisso com a defesa dos serviços públicos e dos servidores.
Edição: Heloisa de Sousa