Paraíba

VERGONHA ALHEIA

Quanto custa não saber fazer conta?

“Alguém já dimensionou o quanto o dinheiro público [...] já financiou essa ‘brincadeira’?”

Brasil de Fato | João Pessoa-PB | |
" Eu não posso simplesmente, ao chegar qualquer coisa pra mim, tomar providência", afirmou o presidente - EVARISTO SA / AFP

Por Nelcimar Rodrigues*

 

Se tivermos um olhar da “iniciativa privada”, que tem como essência o lucro e a performance por metas atingidas, os recentes resultados apresentados pelos três poderes na democracia brasileira têm sido insuficientes e mereciam que essa turma fosse encaminhada para o RH sem direito ao cumprimento de aviso prévio.

Com a inflação galopando para patamares assustadores, com a pobreza crescente nas cidades, facilmente percebida quando caminhamos nas ruas, gigantesco número de desempregados e desalentados sem perspectiva de futuro, xingamentos públicos, “motociatas” realizadas para a propagação do negacionismo, parada decadente militar na Esplanada dos Ministérios, que demonstra como a nossa frota de guerra exala fumaça de gás carbono com o dinheiro público e, por fim, mas não menos absurda, a votação da PEC do Voto Impresso.

Uma das melhores expressões utilizadas na sociedade, que pode representar bem o que estamos passando é: “Vergonha Alheia”.

Quanto custa a hora trabalhada desse pessoal que gera esse tipo de resultado para o povo brasileiro?

Será que é por isso, que há um esforço que o sistema impõe na cabeça das pessoas que a disciplina de matemática é um conhecimento difícil e para poucos? Se as pessoas não dominam o ato de fazer as contas, vão ter mais dificuldade de entender esse “prejuízo”.

Alguém já dimensionou o quanto o dinheiro público, fruto do sacrifício de todos os brasileiros, sejam eles empregados ou desempregados, pois de alguma forma, todas as pessoas pagam impostos, já financiou essa “brincadeira”?

Quanto custou toda essa discussão do voto impresso? Quanto custou esse desfile de tanque militar para soltar fumaça pelas avenidas da Capital Brasileira? Quantas vidas, que não tem preço, custaram às famílias, que perderam seus entes e não tiveram a oportunidade de receber uma vacina contra a pandemia da Covid-19? Quanto está custando testemunhar a negligência da Procuradoria Geral da República, que simplesmente não faz o que tem que ser feito? Quanto está custando ao país a covardia exercitada pelo Rodrigo Maia e agora pelo Arthur Lira, que não saem de cima de pedidos de impeachment do atual presidente do Brasil? Quanto custa aos brasileiros bancar os privilégios do Poder Judiciário? Quanto custa manter a boa vida das filhas adultas dos militares?

As indagações são tantas, assim como a nossa indignação e tenho certeza de que a reação está sendo concebida e há fortes indícios que, em breve, vamos conseguir reverter essa situação.

Não será fácil a mudança, mas ela é possível e será mais rápida quando as pessoas conseguirem fazer a conta do quanto o povo pode ganhar com um país menos desigual.

Apesar de tudo, viva a democracia! E viva o voto eletrônico!

*Participa do Movimento PB Fé e Política 
 

Edição: Carolina Ferreira