Paraíba

CHEGA DE RACISMO

Ato pelo fim do genocídio da população negra acontece nessa terça (18) na Lagoa

"Nem bala, nem fome e nem Covid. O povo negro quer viver"

Brasil de Fato | João Pessoa (PB) |
Ato pelo fim do genocídio da população negra. - Reprodução

Nesta terça (18), diversos movimentos sociais estão chamando a população paraibana a protestar pelo fim do genocídio da população negra, na Lagoa, a partir das 15h.

Para reforçar a revisão da data e em protesto contra o racismo estrutural, a Coalizão Negra por Direitos chama o povo a dizer não às cachinas, não à chacina de Jacarezinho, no Rio de Janeiro, e a gritar Fora Bolsonaro. O ato ia acontecer no dia 13 de maio, mas por conta das chuvas foi adiado e acontece nesta terça 918).

::Ato pelo fim do genocídio da população negra é adiado em virtude das chuvas::

"Se um povo protesta e marcha em meio a uma pandemia é porque seu governo é mais perigoso que o vírus", diz o chamado da ação.

Confira a seguir a nota que as organizações negras por direitos fizeram convocando para o ato.

PELO FIM DO GENOCÍDIO DA POPULAÇÃO NEGRA  

Somamo-nos a vozes negras em todo o país para denunciar o genocídio da população negra. Em plena pandemia saímos as ruas porque nosso povo continua a ser assassinado por uma política de morte do Estado.
Somos 54% da população brasileira (IBGE), e somos aquelas e aqueles que convivem com as piores condições de vida produzidas pelas desigualdades. Em um país no qual a abolição nunca aconteceu, no qual o acesso à terra, moradia, educação, trabalho, saúde nunca se realizou, nosso povo continua resistindo.
A pobreza, a vulnerabilidade e a morte são políticas de estado que se renovam desde a escravidão, a nossa luta por liberdade e vida continua. 75% das pessoas assassinadas no país são negras, 57% dos mortos pela covid-19 são negros, e na Paraíba destacamos que, segundo o último Atlas da Violência, a chance de um jovem negro morrer é 8,87 vezes maior que de um jovem branco.
Genocídio é uma política de Estado que mata, encarcera, empobrece, e atua na destruição da história, memória, religiosidade de nosso povo. 
Não podemos mais ver as comunidade e favelas serem tomadas pela violência da polícia que mata e qualifica os moradores como bandidos. Não podemos mais calar ante o massacre e extermínio de pretos e pretas que lutam diariamente para manter vivas suas famílias e comunidades.
As entidades que assinam este texto-denúncia convidam toda a população para realizarmos um grande ato em prol da vida, contra o racismo e pelo fim do genocídio negro.

Edição: Heloisa de Sousa