Rio Grande do Sul

OPINIÃO

Artigo | A privatização do Banrisul e os impactos à população gaúcha

O Banrisul possui agências em quase todos os municípios do RS; é ele quem financia o estado, a saúde e a educação

Brasil de Fato | Porto Alegre |
"O Banrisul é um banco lucrativo, e muito. Ano passado, apresentou um lucro líquido de R$ 824 milhões" - Divulgação / Banrisul / Arquivo

O governo do estado segue com seu plano de acabar com o maquinário público, vendeu a CEEE-D e se aproxima da Procergs, Corsan e Banrisul. A PEC 280, de origem da base aliada, quer acabar com o plebiscito para privatizações. Com o Banrisul, por exemplo, traria impactos seríssimos à população gaúcha.

O banco sendo público, permite que a ferramenta esteja próxima à administração, sendo possível a operação de políticas públicas que impactam a vida de milhares de gaúchos, contribuindo para o desenvolvimento, como por exemplo linhas de microcrédito com condições favoráveis, dinamizando o comércio.

O Banrisul é um banco regional. Possui agências em quase todos os municípios do RS e em muitos, é a única agência bancária. Isso lhe dá capilaridade, inteligência do sistema produtivo e capacidade de investir nas potencialidades regionais. A privatização do Banrisul acaba com isso.

O Banrisul é um banco lucrativo, e muito. Ano passado, apresentou um lucro líquido de R$ 824 milhões. Esqueça aquele discurso de o estado deixar de gastar com empresas para gastar em saúde e educação. O Banrisul é quem financia o estado, a saúde e a educação. Um exemplo é o caso da governadora Yeda Crusius, que vendeu as ações do Banrisul. Desde lá, o estado deixou de receber mais recursos de dividendos destas ações do que o valor da sua venda. A venda das ações do Banrisul não aliviou a crise do estado, a agravou, pois ficou sem o patrimônio e sem a renda.

A crise gaúcha está em outros lugares. O acordo desastroso da dívida feita entre Britto e FHC e a enorme isenção fiscal a grandes empresas para citar alguns. Sem atacar estes problemas de fundo, Leite vende patrimônio para custear o dia a dia, desta vez atacando o imponente Banco de 93 anos que ajudou a construir o Rio Grande. Não podemos deixar que esta tragédia aconteça por governantes preguiçosos sem capacidade de enfrentar os problemas verdadeiros.

* Zé Nunes é deputado estadual (PT)

** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.


:: Clique aqui para receber notícias do Brasil de Fato RS no seu Whatsapp ::

SEJA UM AMIGO DO BRASIL DE FATO RS

Você já percebeu que o Brasil de Fato RS disponibiliza todas as notícias gratuitamente? Não cobramos nenhum tipo de assinatura de nossos leitores, pois compreendemos que a democratização dos meios de comunicação é fundamental para uma sociedade mais justa.

Precisamos do seu apoio para seguir adiante com o debate de ideias, clique aqui e contribua.

Edição: Marcelo Ferreira