"Nenhuma mulher mais precisa engolir o choro,  nenhuma mulher mais precisa engolir a dor,  nenhuma mulher mais precisa engolir um agressor, que eles respondam pelos seus crimes, que essas mulheres sejam acolhidas e cuidadas, e que essa discussão sobre a violência contra as mulheres seja uma pauta que, um dia, a gente não precise mais discuti-la, seja um assunto, fatos, que não mais ocorram na nossa sociedade e no nosso país, que chegue esse dia de liberdade e de respeito", explica a compositora Polyana Resende sobre a mensagem que sua nova composição "Não vou mais engolir o choro" quer passar para quem ouvi-la .

O novo trabalho de Polyana Resende, "Não vou mais engolir o choro", apresenta como resultado um trabalho primoroso de audiovisual, casado com uma música sensível e ao mesmo tempo forte.

O videoclipe é um mergulho sensorial, é o tilintar das correntes mesclado ao canto das cigarras, o vento forte sopra para longe a dor, e em cada passo rumo à libertação, surge o grito da guitarra e da voz: "Os ecos dos meus ancestrais somados a minha voz, jamais serão silenciados, a minha fala tem poder, a minha voz diz sobre mim e muito mais que serão sempre capazes de revirar o mundo". Com um arranjo espetacular de Potyzinho Lucena, Polyana Resende mostra a que veio com o lançamento desse single.

O trabalho foi lançado dia 1 de maio, no YouTube, e conta com a assinatura do videoclipe de Gerson Damasceno, fotografia de Diogo Miranda e fotografias do ensaio de Uenia Barros. 

Toda a produção foi feita na Paraíba. O clipe do single foi gravado na praia de Arapuca, que fica na região de Tambaba. "Curiosamente aquela área é um santuário que o pessoal da umbanda e do candomblé reverenciam os orixás", frisa Polyana.

"É um clipe que apesar de forte, de trazer esse caráter de denúncia, é um clipe muito bonito, com uma música muito forte, uma parceria que deu certo, a música com o audiovisual deu super certo, foi bem difícil gravá-lo porque é um plano sequência e eu estava amarrada. O clipe teve que ser gravado todo em câmera lenta e eu tinha que cantar com a música acelerada. A música tem 2 minutos e 15 e eu tive que cantar em 1 minuto e quinze. Depois ele é rolado todo na velocidade normal. Foi um momento muito bonito, nós nos emocionamos e ficamos muito felizes com o resultado. Minha música recebeu imagens tão bem elaboradas, cuidadas. Esteticamente ficou muito bonito", relata Polyana, que canta e interpreta sua própria composição em  "Não vou mais engolir o choro".

Confira o clipe:

Quem é Polyana Resende?

Pernambucana residente em João Pessoa desde 2002, Polyana começou sua carreira artística na Paraíba e ao longo dos anos vem expandindo sua presença na cena cultural de João Pessoa, especialmente no meio do samba. A cantora e compositora conta com parceiros musicais como Seu Pereira, na canção “Vaitimbora”, e o maestro Potyzinho Lucena, que a auxiliou na concepção musical do disco. 
  
Em 2017, lançou seu primeiro álbum Samba Teimoso, este apresenta o trabalho autoral da cantora. Neste mesmo ano lança o videoclipe da música Saravá, composição sua e de Potyzinho Lucena. 
 
Por dois anos seguidos, em 2016 e 2017, participou do Auto dos Orixás, celebrando o sagrado das crianças e o sagrado feminino, respectivamente. No campo do feminino, participou do Sonora – Festival Internacional de Compositoras, realizado em João Pessoa. 
 
Em 2017, participou da composição e deu voz ao samba-enredo da escola Malandros do Morro, de João Pessoa, intitulado “A Magia dos Deuses”, uma parceria com Potyzinho Lucena. Atualmente, é integrante da ala dos compositores da Malandros do Morro. No mesmo ano, integrou o coletivo Baque Mulher, grupo de maracatu de protagonismo feminino sob liderança da mestra Joana D’Arck. 
 
Em dezembro de 2018, lançou seu novo single: Um Samba a Dois e participou do concerto com a Orquestra Sinfônica Jovem da Paraíba em homenagem ao dia do samba. Neste cantou 2 canções autorais. 
 
Em 2019, nos festejos carnavalescos, participou como artista convidada do projeto Queirogada e também estreou seu novo show. Compôs, para o carnaval de 2019, junto com Potyzinho Lucena e Mirandinha o samba enredo em homenagem a Zé Katimba (grande compositor de sambas) para a escola de samba Malandros do Morro/ PB. 
 
Ao lado do músico Mirandinha, Polyana promoveu semanalmente aos domingos uma roda de samba na orla do Cabo Branco, evento que era tido como parte da programação cultural da cidade. E nas segundas-feiras participa do projeto Sanhauá Samba Clube. Integrou a programação do festival de artes Jackson do Pandeiro em 2019 e em dezembro do mesmo ano foi uma das artistas convidadas a participar do show em homenagem ao dia nacional do samba.
 

Edição: Heloisa de Sousa