Paraíba

RESISTÊNCIA

Ato simbólico em JP marca Defesa do Serviço Público Brasileiro

Atividade envolveu sindicatos e setores progressistas que deram início à campanha " Não deixem vender o Brasil"

Brasil de Fato | João Pessoa (PB) |
Campanha "Não deixem vender o Brasil". - Ascom BdF

Não teve chuva que estragasse o lançamento da Campanha "Não deixem vender o Brasil", realizada nesta quinta (15), em João Pessoa. Os sindicatos dos trabalhadores da Dataprev, dos Correios, dos Bancários, do Sindiágua, dos Ferroviários, da ADUF-PB e a CUT estiveram presentes, na Lagoa, esta manhã (15), em um ato simbólico para denunciar a venda de estatais pelo Governo Federal como Banco do Brasil, Correios, Eletrobrás, Dataprev, Serpro, Empresas Estaduais de Saneamento.

A campanha é organizada pelo Comitê Paraibano em Defesa do Serviço Público e Contra as Privatizações, que lançou o manifesto 'Não vamos deixar que vendam o Brasil' , assinado pelos sindicatos, citados anteriormente, além das centrais sindicais CUT, CSP CONLUTAS e INTERSINDICAL, dos parlamentares Cida Ramos (PSB), Estela Bezerra (PSB), Anísio Maia (PT) e Marcos Henriques (PT), movimentos sociais populares e organizações políticas como a Campanha Fora Bolsonaro, LPS e Jornal Brasil de Fato Paraíba. 


"Água não é mercadoria", recado do Comitê Paraibano em Defesa do Serviço Público e Contra as Privatizações para a população pessoense. / Ascom BdF

O objetivo da Campanha "Não deixem vender o Brasil" é  dialogar com a população para o fato de, em meio à pandemia, o governo federal está atacando o serviço público e retirando os direitos da população. Por isso, foram fixadas várias faixas no Parque Solon de Lucena, Lagoa, apresentando as várias pautas que a campanha defende e alertando à população para os interesses em jogo nesse momento.


"Meu trabalho tem valor", recado do Comitê Paraibano em Defesa do Serviço Público e Contra as Privatizações. / Ascom BdF


Contra reforma administrativa, Comitê Paraibano em Defesa do Serviço Público e Contra as Privatizações. / Ascom BdF

Um dos sintomas já sentidos na população pessoense é o fechamento de várias agências do Banco do Brasil, fato comum no país todo, a campanha também alerta para a reforma administrativa que visa "acabar totalmente com o funcionalismo público e a qualidade dos serviços prestados à população, em especial à parcela mais vulnerável", segundo o manifesto do Comitê.

Leia abaixo o Manifesto do Comitê Paraibano em Defesa do Serviço Público e Contra as Privatizações:

Não vamos deixar que vendam o Brasil.

A pandemia do coronavírus se instalou no país no início de 2020, desde então, já produziu mais de 350 mil mortes, fruto de uma política negacionista e genocida levada à frente pelo governo Bolsonaro, com apoio do Congresso Nacional e parcela expressiva dos governadores e prefeitos.

As medidas restritivas adotadas no último período, revelaram-se muito tímidas, praticamente inexpressivas para combater de forma eficaz o avanço da Covid-19 no Brasil. A Fiocruz, em relatório elaborado sobre a situação da Pandemia no país, afirma que é necessário a implementação de um lockdown nacional para que possamos ter alguma chance no combate à Covid-19.

Nós, do Comitê Paraibano em Defesa do Serviço Público e Contra as Privatizações, defendemos um lockdown efetivo e que junto a ele seja garantido o auxílio emergencial digno de no mínimo 1 (um) salário, embora estejamos lutando para que seja liberado de imediato o auxílio de R$ 600,00, em detrimento do que foi aprovado no congresso com valores irrisórios, para que o conjunto da classe trabalhadora de nosso país, tenha direito ao isolamento e ao provimento de suas condições básicas de vida.

Defendemos ainda a criação e manutenção de empregos e a quebra de patentes para que toda população seja vacinada seguindo o Plano Nacional de Imunização, evitando que ricos e poderosos se valham de uma lei definida pelo Congresso que “fura fila”, como se pretende fazer.

Precisamos também organizar nosso povo para lutar e exigir que o governo Bolsonaro, o Congresso e o Judiciário parem de atacar a classe trabalhadora e retirar nossos direitos duramente conquistados ao longo de muitos anos.  As “reformas” trabalhista e da previdência, por exemplo, são um duro golpe na organização dos trabalhadores, trazendo o fim do direito à aposentadoria. A política do abandono foi ampliada com cortes em orçamentos de instituições em todo o país e a Pandemia do Coronavírus, já em 2020, fez ressurgir e aprofundar antigos problemas que afrontam os direitos trabalhistas.

Sem ações concretas do Governo Bolsonaro para viabilizar um isolamento social efetivo, os brasileiros e brasileiras tiveram que ganhar as ruas para garantir o alimento, se tornando alvo fácil da Covid-19. Em um ano de pandemia, já estamos perto de ultrapassar 400 mil mortes e podemos chegar a 500 mil ainda nesse semestre.

Temos um governo que menospreza a pandemia, a classifica como “gripezinha”; espalha “fake news” sobre a doença, anuncia e financia medicamentos sem eficácia comprovada, para o tratamento precoce a exemplo da cloroquina e ivermectina. Desdenha das vacinas, nega-se a comprá-las e ainda prejudicou o relacionamento do Brasil com potenciais parceiros comerciais, como Índia e China, que fornecem vacinas e IFA- Ingrediente Farmacêutico Ativo para seu envasamento.

A vacinação em curso, ainda que esteja caminhando em um ritmo muito lento, só foi possível graças aos governadores e governadoras que agiram de forma independente, com destaque para o Estado de São Paulo e o Consórcio dos Governadores do Nordeste, formado pelos mandatários dos nove Estados da região.

Apesar do avanço da Covid-19 no Brasil, Bolsonaro segue seu planejamento de vender as estatais e aprovar a “Reforma Administrativa” para entregar, a “preço de banana”, alguns dos principais patrimônios públicos do país – como Banco do Brasil, Correios, Eletrobrás, Dataprev, Serpro, Empresas Estaduais de Saneamento, dentre outros – o que vai acabar totalmente com o funcionalismo público e a qualidade dos serviços prestados à população, em especial à parcela mais vulnerável.

Agências do Banco do Brasil serão fechadas, assim como deve acontecer com aquelas ligadas à Empresa dos Correios, uma gigante lucrativa da logística que também está na mira das privatizações. Caso a privatização dos correios ocorra, milhões de pessoas ficarão sem garantia e manutenção dos serviços de entregas.

Os interessados em destruir o Brasil não informam, por exemplo, que há cerca de 11 milhões de servidores públicos brasileiros e que 59,3% deles atuam na esfera municipal, a maior parte na educação e saúde, recebendo pagamentos inferiores a três salários mínimos.

Precisamos defender o que é nosso! Vamos lutar por um Brasil socialmente justo, com salário mínimo que acompanhe as necessidades do povo, pelo auxílio emergencial que garanta a sobrevivência da população vulnerável enquanto perdurar a pandemia, pela vacina para todos e todas e pela interrupção imediata dos projetos de privatização.

Fora Bolsonaro!

Viva o SUS!

Viva o serviço público!

Abaixo a Reforma Administrativa!

Vacina já para todos!

Não as privatizações!

Edição: Heloisa de Sousa