O domingo de Páscoa foi marcado de solidariedade para as famílias das ocupações Rua da Cachoeira, Nova Canudos, Vale do Amanhecer e Condômino, localizadas no bairro de Mario Andreazza, no município de Bayeux.
"Nós percebemos que juntos devemos e podemos manter nosso povo vivo e nossa solidariedade se faz na prática. Não podemos deixar nossa gente sofrer tanto assim, passar fome e ser humilhado. Estamos na resistência, na união entre campo e cidade, homens e mulheres, jovens, idosos e crianças", brancos, indígenas e negrxs", disse Joana Gaviraghi, da Marcha Mundial das Mulheres.
União dos movimentos do campo popular para ações de solidariedade / Reprodução
A ação foi realizada conjuntamente pelo Movimento das Trabalhadoras e Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) da Paraíba, o Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por direitos (MTD), o Levante Popular da Juventude, a Marcha Mundial das Mulheres (MMM), o Movimento de Atingidas e Atingidos por Barragens (MAB), a Pastoral da Juventude Rural (PJR) e a Comissão Pastoral da Terra (CPT).
Bárbara Zen, militante do MTD / Reprodução
"Nossa gente é nossa riqueza. Nós somos o povo brasileiro. Estamos junto nesse domingo de Páscoa reafirmando o sentido do amor revolucionário, mostrando e praticando o que o Cristo nos ensinou, dividir o pão. Nada de armas, nada de ódio, nada de "e daí?". Estamos sofrendo sim com todas essas mortes, mais de 310 mil, mas nós do modo que somos, estamos lutando pela nossas vidas, pelo direito à moradia e à dignidade de se alimentar e se manter vivos. Essa é a nossa melhor Páscoa", relatou Bárbara Zen, militante do MTD, com os olhos cheios de lágrimas.
Distribuição de alimentos neste domingo de Páscoa / Reprodução
Esse conjunto de movimentos sociais populares estão juntos desde o início da pandemia para realizar ações de acompanhamento e assistência às famílias carentes do campo e da cidade.
Distribuição de macaxeira, mamão, inhame, banana, tomate. / Reprodução
"Nossa luta nos deixa felizes, pois nós produzimos muito alimento. Nós dividimos a terra, plantamos nela. Dela, colhemos frutos, tantos frutos que podemos dividir com mais irmãos, que como nós também estão na luta por dignidade e por alimento e por sobrevivência. Nossos assentamentos hoje podem responder ao nosso povo doando alimentos agroecológicos, apoiando nossas irmãs e nossos irmãos sem teto, nossas mulheres, nosso povo que nesse momento tanto precisam dessa solidariedade viva e potente", desabafou Gilmar Felipe Vicente, dirigente estadual do MST na Paraíba.
Os alimentos doados, cerca de 2 toneladas de macaxeira, mamão, tomate, banana, melancia e inhame, vieram dos assentamentos Ouro Verde, Dom José Maria Pires, localizados em Alhandra e dos assentamentos 1º de março, Texeirinha e Nova vida, localizados em Pitimbu, todos ligados ao MST, frutos da reforma agrária.
Edição: Heloisa de Sousa