Paraíba

CARNAVAL 2021

Bloco As Calungas faz apresentação nesta quinta-feira (11) em live no Youtube

Vai rolar show da mestra Penha Cirandeira, além da exibição de um vídeo com as alunas do bloco tocando em casa

Brasil de Fato | João Pessoa - PB |
Arte: @vixebia - Card


Essa quinta-feira das Flores, vai florir. O bloco As Calungas Ano VII não irá se apresentar na rua, mas tem Calunga nas casas, numa live que será transmitida nesta quinta-feira (11), a partir das 20h, no canal As Calungas Oficial, no Youtube.

Na live, vai rolar show da mestra Penha Cirandeira, além da exibição de um vídeo com as alunas do bloco tocando a partir de suas casas.


Reprodução / Foto

 

Todo ano o bloco faz uma homenagem a uma mulher, uma figura feminina importante para a cultura popular. Este ano será a vez da mestra Penha Cirandeira. Já foram homenageadas Dona Lenita (coco Novo Quilombo, Conde/PB), Vó Mera (João Pessoa), Dona Teca (Coco de roda e ciranda do Mestre Benedito, Cabedelo/PB), Zabé da Loca e, no ano de 2020, a Mestra Tina, do Cavalo Marinho Infantil do Bairro dos Novais. 


Penha Cirandeira ensaiando para a live desta quinta-feira (11) / Imagem reprodução

“Penha Cirandeira, além de ser uma referência, uma mulher de luta, a nossa vontade de homenagear ela já foi de outro ano, só que ela estava desaparecida do cenário musical e ninguém sabia onde ela estava, daí conseguiram localizá-la no Rio de Janeiro vivendo numa situação precária, sem fazer a arte dela, sobrevivendo de ajuda, de doação. E aí fizeram uma campanha, trouxeram ela pra cá, então nada mais justo do que homenageá-la. Ela é uma inspiração para a gente”, destaca Priscila Fernandes, uma das coordenadoras do grupo .

Para Del Santos, também organizadora do bloco, a ansiedade para a live desta quinta é a mesma de outros carnavais: “Amanhã seria o dia de colocar o nosso bloco na rua, mas a gente vai colocar o nosso bloco na tela! Nós que estamos vivendo um momento atípico, desde 2019 com esse estado de pandemia, mas vamos levar para a tela de cada pessoa a mesma energia, buscar fazer um bloco de forma virtual com a mesma garra, com a mesma emoção, como se a gente tivesse pessoalmente”, vibra ela.

Um vídeo será exibido, num mosaico, com a compilação de cada uma das alunas tocando em suas casas. “Infelizmente nem todos puderam mandar, porém boa parte enviou”, conta Priscila.


Ensaio do Bloco As Calungas / Foto

O grupo de percussão As Calungas é formado só por mulheres e está em atividade desde 2012. Já chegou a contar com 160 mulheres em oficinas gratuitas de percussão (caixa,  alfaia, agbê, agogô e ganzá). Com foco maior nos ritmos nordestinos, o grupo promove ensaios nos cerca de cinco meses que antecedem o carnaval. 

Com seu próprio bloco na avenida desde 2015, a ideia é possibilitar o protagonismo da mulher através da aprendizagem musical. Tocando arranjos musicais próprios, o cortejo sai nos festejos desfilando nas ruas do Centro Histórico de João Pessoa.

A ‘calunga’ é uma boneca de pano das brincadeiras de outrora, e foi na intenção de buscar enfrentar, com força e suavidade, a pressão sonora, social e cultural do batuque percussivo que o grupo escolheu esse símbolo para nomear e representar seu trabalho de percussão com mulheres. 

É também uma poderosa divindade das religiões afrobrasileiras que toma a forma de uma boneca de madeira nas nações de maracatu, representando assim a profunda relação com a ancestralidade negra que o grupo traz consigo. 

Assista ao vídeo em homenagem a todas as mulheres que compõe o Bloco As Calungas

"Eu saúdo a mulher que fui
Eu saúdo a mulher que sou
Eu saúdo a mulher que posso ser
Pra crescer, me fortalecer"

Música: Eu saúdo a mulher - @juribeiro.percussao e @lucillepp


 

Edição: Maria Franco