Paraíba

ARTIGO

Bolsonaro: o Exterminador da Amazônia

Sem a Amazônia não conseguiremos vencer a luta para combater as mudanças climáticas

Brasil de Fato | João Pessoa - PB |
Circulação - Foto: Greepeace

Nenhum governo foi tão devastador quanto o de Jair Bolsonaro está sendo em relação à destruição da Amazônia e de todos os recursos naturais. Dentro de um ano, a maior floresta tropical do mundo e dona da maior biodiversidade do planeta, perdeu uma área correspondente a sete cidades de São Paulo. São tantos crimes ambientais praticados ao mesmo tempo que o alerta vermelho soou na comunidade internacional e os principais líderes mundiais estão extremamente preocupados com o futuro do “pulmão do Planeta”. Em recente declaração, o presidente da França, Emmanuel Macron, chamou as queimadas de “crise internacional”.
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que, no período de agosto de 2018 a julho de 2019, o desmatamento da Amazônia cresceu 30%, o equivalente a 1,4 milhões de campos de futebol. 
As queimadas na Amazônia têm relação direta com o desmatamento. O fogo é parte da estratégia de "limpeza" do solo que foi desmatado para posteriormente ser usado na pecuária ou no plantio. É o chamado "ciclo de desmatamento da Amazônia". Nas mãos de um projeto federal que visa apenas lucros financeiros e apoio político, por trás de cada árvore derrubada, do fogo e da fumaça que cobre cidades inteiras, estão interesses econômicos ligados à criação de gado, ao comércio ilegal de madeira, à monocultura (como a produção de soja) e à exploração galopante de minérios. 
Esta semana, recebi, em um dos meus grupos de WhatsApp, imagens de Porto Velho, capital do Estado de Rondônia. As fotos fazem uma comparação do município antes e depois da série de queimadas que aconteceu em julho e agosto deste ano. É revoltante saber que uma cidade que fica às margens do Rio Madeira, um dos mais importantes da Região Amazônica, agoniza com temperaturas que podem subir até 15º C. Enquanto isso, a fiscalização parece não existir e as esferas governamentais fazem vista grossa em relação ao problema. 


Foto comparativa. Porto Velho-Rondônia. / Foto: reprodução


O Inpe detectou, ainda, que em junho deste ano aconteceram 138 pontos ativos de queimadas em Rondônia. No mês de julho, foram 428. Isso representa um aumento de 210% entre os períodos. Só em Porto Velho, o Instituto identificou 127 focos de queimadas, que também atingiram os municípios de Candeias do Jamari, São Francisco do Guaporé, Itapuã do Oeste, Cujubim e Vilhena. Somados os focos dessas cidades, o número chega a 149 pontos.
Mesmo com esse cenário caótico, o governo de Jair Bolsonaro não dá o menor sinal que pretende parar com a extinção da Amazônia. O ministro da Economia, Paulo Guedes, ao responder ao grupo de investidores estrangeiros preocupados com a situação do desmatamento, afirmou: “Entendemos suas preocupações. Vocês querem nos poupar de destruir nossas florestas como destruíram as suas". Mesmo antes dessa resposta ridícula, alguns investidores já ameaçavam não aplicar mais recursos no país. Depois que o próprio ministro da Economia assumiu que o governo federal está destruindo a Amazônia, a tendência é que o Brasil perca ainda mais recursos no setor de investimentos.
De acordo com o Greenpeace, organização não governamental ambiental, sem a Amazônia não conseguiremos vencer a luta para combater as mudanças climáticas. “Somente nos últimos meses, mais de um bilhão de árvores tombaram na Amazônia. A atividade agropecuária avança a cada dia sobre a floresta. Os rios estão sendo ameaçados pela construção de hidrelétricas. Garimpo, invasões e roubo de madeira continuam assolando terras indígenas e unidades de conservação. Áreas da floresta estão sendo vendidas via leilão para empresas explorarem petróleo e gás natural”, diz parte de um dos textos de defesa da Amazônia, elaborado pela equipe do Greenpeace.

*Fernando Patriota é Jornalista e Articulista do Brasil de Fato Pb
 

 

 

Edição: Cida Alves