Paraíba

JORNADA 25J

Mov de Mulheres Negras realiza 22ª  Edição do 25 de Julho na PB e 8º Julho das Pretas

Agenda conta com mais de 40 atividades realizadas quase diariamente e que se estende até após o mês de julho

Brasil de Fato | João Pessoa - PB |
Divulgação - Card

Com o tema "Em Defesa das Vidas Negras, Pelo Bem Viver", o Movimento de Mulheres Negras na Paraíba traz uma vasta agenda afro-feminista virtual para celebrar a 22ª edição do 25 de Julho na Paraíba - Dia Internacional da Mulher Negra Afro Latina-Americana e Caribenha, e Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.

A agenda conta com mais de 40 atividades realizadas quase diariamente e que se estende até após o mês de julho. Pela primeira vez o 25 de Julho, e também 8ª edição do Julho das Pretas, serão realizados de forma virtual, integralmente, em todo o Nordeste, para atender as medidas de segurança sanitárias da Organização Mundial de Saúde (OMS), em prevenção à pandemia do coronavírus.

Na Paraíba, a programação está recheada de lives com ciclos de debates, rodas de conversas, fóruns e outras demandas ligadas a temas educativos, culturais, homenagens, ações de conscientização e de enfrentamento ao coronavírus. Também haverá denúncias contra as violações históricas sofridas pela mulher negra, que vão desde o acirramento do racismo, o preconceito, a LGBTfobia, o feminicídio, e o assassinato da juventude negra. 

Em paralelo serão discutidos temas ligados a devastação da pandemia do coronavírus e como tem impactado a população negra em vulnerabilidade. As campanhas de arrecadação de alimentos, material de higiene e máscaras são permanentes e de suma importância neste momento.

A assistente social, Terlúcia Silva, coordenadora da Bamidelê, (Organização das Mulheres Negras na Paraíba), fala sobre a importância do Julho das Pretas e explica a escolha do tema 2020 "Em Defesa da Vida": "A pandemia da covid-19 tem atingido milhões de pessoas no mundo todo. No Nordeste e na Paraíba não é diferente. A gravidade é que essa pandemia tem maiores impactos na vida da população negra, não só o impacto do adoecimento em si, mas todo o contexto de vulnerabilidade da população negra", avalia a coordenadora da Bamidelê, que também integra a Abayomi - Coletiva de Mulheres Negras na Paraíba. 

Ela denuncia que as pessoas negras estão morrendo mais, conforme o noticiário do cotidiano. "É a pessoa negra que tem maior dificuldade de acessar os serviços de saúde, é a pessoa negra mais ocupada em funções precarizadas e que não pode seguir as orientações das entidades de saúde nacionais e internacionais", destaca.

Por outro lado, Terlúcia lembra que o momento tem revelado um acirramento das desigualdades sociais e raciais. "É grande a quantidade de casos de racismo, da violência como um todo. O racismo está em evidência, não que ele não existisse. Então a defesa das vidas negras passa por esse desejo de proteção, de preservação, uma chamada de atenção da sociedade e dos governantes para a defesa do bem viver", diz ela, lembrando que o bem viver para a mulher negra perpassa o individualismo para ser um projeto de sociedade.

"O nosso bem viver propõe mudanças na estrutura da sociedade. É preciso ter uma sociedade que respeite as diferenças, que considere as diferentes populações e que seja uma sociedade em que é possível viver com liberdade, dignidade e sobretudo com respeito. É nesta perspectiva o tema deste ano", conclui Terlúcia Silva. 

A agenda afro-feminista na Paraíba é uma construção do Movimento de Mulheres Negras da Paraíba, Bamidelê, Abayomi, Neabi/CCHLA/UFPB, Fórum de Mulheres em Luta da UFPB, Articulação de Mulheres Brasileiras, Grupo de Mulheres Lésbicas e Bissexuais, Maria Quitéria, Sindicato das Trabalhadoras Domésticas da Paraíba, Coletivo Pachamamá, Rede de Mulheres Negras do Nordeste, Sindicato dos Trabalhadores/as da UFPB (Sintesp/JP), Marcha da Negritude Unificada da Paraíba e Articulação de Negras Jovens Feministas. 
A agenda conta com mais de mais de 40 atividades realizadas quase que diariamente e que se estenderão até após o mês de julho. 

Acompanhe a Programação:
 


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Edição: Heloisa de Sousa