Paraíba

JORNADA 25 JUL

Bamidelê lança projeto Akoben - Mulheres negras na Paraíba enfrentando o Coronavírus

Ação tem como objetivo minimizar impactos da pandemia da covid-19 na vida de mulheres negras quilombolas e periféricas

Brasil de Fato | João Pessoa - PB |
Divulgação - Card

A Bamidelê - Organização de Mulheres Negras na Paraíba lançou nesta segunda-feira (06) o projeto ‘Akoben - Mulheres negras na Paraíba enfrentando o Coronavírus’, que tem o apoio do Fundo Socioambiental Casa. A ação tem como objetivo minimizar os impactos da pandemia da covid-19 na vida de mulheres negras quilombolas e periféricas em duas cidades do estado, Alagoa Grande e Santa Rita, possibilitando o acesso a informações qualificadas, instrumentos de prevenção e direitos básicos emergenciais.

O projeto prevê a produção de máscaras por mulheres costureiras que ficaram sem trabalho, além da entrega de cestas básicas e kits de higiene, acesso a informações sobre o contágio, medidas de proteção e a entrega de mil máscaras.
 


Divulgação / Card

Os territórios beneficiados serão AS comunidades quilombolas de Caiana dos Crioulos, em Alagoa Grande e bairro Marcos Moura, em Santa Rita, região metropolitana de João Pessoa.

Mulheres negras são as mais prejudicadas

Diante da pandemia do Covid- 19, que tornou ainda mais visível as desigualdades sociais no Brasil, as mulheres negras foram as mais atingidas. Uma das primeiras mortes registrada no país foi de uma mulher negra de 63 anos que trabalhava como doméstica no Rio de Janeiro. 

A Bamidelê, realizadora do projeto, é uma organização que trabalha na perspectiva de atuação de fortalecimento das mulheres negras e seus territórios no enfrentamento ao racismo.

Terlúcia, coordenadora da entidade, explica a proposta: “Esta ação surge da constatação de que pandemia revelou para a gente, de forma muito contundente, as desigualdade sociorraciais. Também já apontou que há populações que sofreM maiores impactos, dentre elas, a população negra, e sobretudo as mulheres negras. E além de todas as preocupações com o adoecimento em si, as mulheres negras desses dois territórios têm enfrentado as dificuldades materiais”, relata ela.

Muitas das mulheres trabalham na informalidade, em trabalhos precarizados, e algumas que trabalhava em fábricas perderam seus empregos e ficaram sem o sustento básico.

“A maioria dessas mulheres chefiam suas famílias, e aí existe uma outra coisa na comunidade que é a falta de de conhecimento, de informação adequada. Há pessoas que duvidam que o uso de máscara, por exemplo, faz realmente a prevenção. E muito tem a ver com o que tem sido propagado na presidência, de que é uma gripezinha”, destaca Terlúcia.

A campanha prevê campanha de informação sobre a pandemia, com a veiculação durante três meses (a maioria em áudio), não só nas redes sociais, Instagram e Facebook, mas também nas rádio locais. 

 

 


 

Edição: Heloisa de Sousa