Paraíba

ECONOMIA

Artigo | Em maio, setor de comércio e serviços lideram a perda de empregos na Paraíba

Bolsonaro e Guedes deveriam conduzir políticas públicas de proteção social e estímulo à atividade econômica

Brasil de Fato | João Pessoa (PB) |
"João Pessoa perdeu 2.123 vagas (62,3%); e Campina Grande, 568 (16,7%)" - Reprodução

Semana passada a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia (SEPRT / ME) publicou os dados do Novo CAGED sobre movimentação de emprego em maio.

A Paraíba teve acréscimo de 3.405 desempregados no mês, o 4º pior desempenho do Nordeste, com aproximadamente 7% do total na região. No ano já foram perdidos 18.816 vagas de emprego no Estado.

Em maio, o desemprego foi puxado pelo setor de serviços, com déficit de 1.404 vagas na movimentação de emprego; seguido pelo comércio, com perda de 871 vagas; e 774 na indústria de transformação.

João Pessoa perdeu 2.123 vagas (62,3%); e Campina Grande, 568 (16,7%)

Ao mesmo tempo em que se aprofunda cada vez mais a situação dos trabalhadores e das empresas, o governo federal continua insensível ao drama dos brasileiros e pouco faz para combater a crise econômica.

Em 16 de maio o portal G1 publicou que pequenas empresas tem dificuldade de acessar linhas de crédito e que o BNDES havia executado apenas 16% do orçamento de resgate para empresários em dificuldade na crise do coronavírus.

Segundo pesquisa feita pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas da Paraíba (FCDL-PB) 68,1% dos empresários lojistas não conseguiram ter acesso a linha de crédito dos governos federal e estadual. E 37,7% dos estabelecimentos tiveram que demitir funcionários, correndo o risco de fechamento nas próximas semanas ou meses se nada for feito.

Não há solução fácil para a crise econômica que gera desemprego de trabalhadores e fechamento de empresas. O primeiro passo é vencer a pandemia do coronavírus. No mundo, todos sabem que manter o isolamento social é fundamental para uma flexibilização segura na saída da quarentena e a retomada das atividades econômicas.

O passo seguinte é o governo federal abrir mão do fundamentalismo neoliberal que está agravando a situação do país. Bolsonaro e Guedes deveriam conduzir políticas públicas de proteção social e estímulo à atividade econômica. Se não tem condições de fazer isso; não podem ocupar o cargo que ocupam.

* Professor de Sociologia da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e Coordenador do Observatório do Mercado de Trabalho da Paraíba – OMT-PB.

Edição: Heloisa de Sousa