Paraíba

LUCRO ACIMA DA VIDA

Artigo | Dramas da volta do futebol paraibano

Os três principais times da região aderiram a imposição da Federação e retomaram suas atividade

Brasil de Fato | João Pessoa (PB) |
Botafogo, Treze e Campinense fizeram procedimentos de desinfecção nos seus respectivos centros de treinamento e fizeram os testes nos funcionários e atletas - Reprodução

As últimas semanas têm sido de constante mobilização para os clubes paraibanos, tendo em vista a decisão da Federação Paraibana de Futebol, que no último dia 18 de junho, decidiu a volta do campeonato paraibano para o próximo dia 22 de Julho.

Como vem sendo vinculado na imprensa do Brasil inteiro, na última semana o Brasil ultrapassou as 50 mil mortes devido ao novo covid – 19, mesmo assim, a federação manteve sua linha e os clubes paraibanos tiveram que voltar aos treinos, os três principais times da região aderiram a imposição da Federação e retomaram suas atividades, tanto Botafogo, Treze e Campinense fizeram procedimentos de desinfecção nos seus respectivos centros de treinamento e fizeram os testes nos funcionários e atletas.

O Ministério Público Paraibano deu até cinco dias para que a Federação Paraibana de Futebol se manifeste em torno das medidas de segurança que serão adotadas para o retorno do campeonato. Na semana passada, a Paraíba apresentou um número de 44.242 casos, apesar do número de casos ter diminuído, o número de mortes aumentou, colocando assim mais uma implicação para o retorno do futebol na Paraíba.

Apesar destes números, os clubes paraibanos forçados pela Federação Paraibana de Futebol voltam a se mobilizar em busca de contratações e reformulações no elenco.

Belo

O Belo, no último dia 26, realizou cerca de 81 testes de covid-19 em 81 funcionários, entre técnicos e jogadores, nenhum deles foi diagnosticado com o novo covid-19. Dentro de campo, o Belo tem algumas novidades, além de anunciar o atacante Chaveirinho que já teve passagem pelo Campinense e estava no Sampaio Correia, o Botafogo também contratou um novo treinador, Mário Fernandes, que tem sua segunda passagem como treinador do Belo. A primeira, foi inesquecível onde o treinador foi responsável pelo bicampeonato paraibano com o Botafogo em 1986 e 1988. Além deste título, o treinador detém no currículo o sonho de consumo do Belo da capital que é o título da série C e consequentemente o acesso a serie B com o Atlético Goianiense na temporada de 2008.

Treze e Campinense

Saindo da capital e subindo a serra da Borborema, Treze e Campinense também tentam voltar a rotina do Futebol. A Raposa do alto da bela vista, realizou 25 testes entre jogadores e funcionários, deu positivo para um jogador e um funcionário do clube. Nesta primeira etapa, os testes foram realizados apenas nos jogadores e funcionários que moram em Campina Grande. Além disto o campinense é um dos times que mais tem se movimento no mercado de transferência. O campinense no mês de junho contratou cerca de 13 jogadores e fez uma troca de treinador saiu Oliveira Canindé e entrou Ruy Scarpino, entre os jogadores chegaram: Alex Travassos (lateral), Juliano (meiocampista), Wellington Lima (goleiro), Pedro Cobel (meio-campista), Wagner Quirino (meio-campista), Rodrigo Dias (goleiro), Pedro Maycon (atacante) e Reinaldo Alagoano que volta ao campinense, na sua última passagem terminou o campeonato como atacante do rubro-negro do alto da bela vista. Além destas mudanças, houve também uma série de dispensa, ao todo foram seis jogadores dispensados.

Bela Vista e São José

Saindo da Bela Vista e indo para o São José, o alvinegro de Campina Grande também tem se mobilizado, o treze realizou a primeira etapa de testes entre dirigentes, funcionários e comissão técnica. Foram realizados 20 testes e um funcionário foi diagnosticado, o funcionário era da equipe médica e não apresentava sintomas. O clube também tem se mobilizado na remontagem do elenco. Saíram do galo o atacante Rafael Oliveira que tinha marcado dois gols na atual edição do Campeonato Paraibano, o volante Patrick Mota, ambos os jogadores eram peças fundamentais do atual elenco da equipe galista. Além disto, chegaram também os jogadores Léo Pereira, Alisson Cassiano e Bruno Mota, uma outra notícia importante foi a permanência do zagueiro Breno Calixto o atleta criou um vínculo muito forte com a torcida trezeana e tem status de ídolo. Uma questão importante do Breno Calixto é sua dedicação as causas sociais, Breno é um daqueles jogadores que não separam a política do futebol.

Nacional de Patos e Atlético Paraibano

Enquanto que Botafogo, Campinense e Treze realiza contratações e reformula seus respectivos elencos, clubes como Nacional de Patos, que desde o início da decisão da FPF foi contra a volta do Futebol reestrutura seu elenco com cerca de 20 jogadores. É importante lembrar que quando foi decretada a paralisação do futebol por conta da COVID-19, o Nacional de Patos dispensou todo o seu elenco.

O Atlético – PB foi o primeiro time paraibano a voltar aos treinos, isto porque foi o primeiro time paraibano a realizar testes e consequentemente antecipou a sua volta.

São Paulo Crystal

Entretanto, a notícia mais impactante da semana do futebol na Paraíba sem sombra de dúvidas é a morte do dirigente do São Paulo Crystal, Eduardo Araujo, de 33 anos, que foi mais uma vítima da COVID-19 na Paraíba. Eduardo faleceu no último domingo, 28, por conta de uma pneumonia decorrente da COVID-19. Eduardo fazia parte da nova geração de diretores do futebol paraibano. A sua morte se coloca em um momento de intenso debate sobre a volta do futebol.

Na semana em que a Paraíba bate 1002 casos de mortes por COVID-19 e cerca de 48.175 casos confirmados da doença na Paraíba, a Federação Paraibana de Futebol vai contrária ao mundo todo, quando determina a volta do campeonato paraibano já no mês de julho. É preciso ter responsabilidade e comprometimento com as vidas em primeiro lugar, infelizmente não temos como manter a volta do futebol enquanto tivermos em momento de ascendência da doença no estado. Se faz necessário uma reflexão que vá para além do quesito financeiro e que preze a vida em primeiro lugar.

Edição: Heloisa de Sousa