Paraíba

JORNADA 08M

Coletivo Pachamamá realiza atividade para discutir a maternidade contemporânea

Evento discute maternância, matrifocalidade e a chefia de mulheres nos lares

Brasil de Fato | João Pessoa - PB |
Divulgação - Card

O coletivo Pachamamá construiu uma agenda de debates e rodas de diálogo em alusão à jornada do mês da mulher para conversar sobre a maternidade nos dias atuais, intitulada Maternância: Mulheres Mães na luta por Direitos. Geysianne Felipe, integrantes do coletivo, salienta a importância de substituir o termo “maternidade” por “maternância”, que é a maternidade revolucionária e proativa, uma reação crítica ao romantismo que permeia as mães: “Maternidade é um conceito imposto pelo patriarcado para subjugar as mulheres à condição de seres que reproduzem”, reflete ela. 


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A primeira ação desta agenda será no dia 05/03, quinta-feira, com uma roda de conversa e performance, com o título: “Matrifocalidade no combate ao patriarcado - como pensar uma sociedade mais justa a partir da centralidade de poder da figura materna”.
Um levantamento da Consultoria IDados, realizado com base nos números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que quase metade dos lares brasileiros, hoje, são sustentados por mulheres, Segundo este estudo, o número de mulheres responsáveis financeiramente pelos domicílios vem crescendo a cada ano e já chega a 34,4 milhões. Isso significa que quase metade das casas brasileiras são chefiadas por mulheres – situação bem diferente de há 20 ou 30 anos atrás.

“A gente quer evidenciar a maternidade enquanto função mais importante da sociedade no sentido de criar pessoas, de criar uma geração melhor, homens melhores para as mulheres, e criar mulheres mais conscientes. E isso se passa pelo ato de maternar, porque a mãe e o pai são as pessoas que mostram aos filhos como o mundo vai ser”, reflete Geisy.

Ela conta que a roda de diálogo nasceu fruto de uma observação do coletivo de mães, percebendo como as mulheres se organizam para dar conta da sua família, da estrutura, cuidando dos seus filhos e de outras pessoas, dos seus pais, mesmo com a ausência de um pai, de uma figura masculina.

“A gente tem observado essa relação, e procuramos nos aprofundar um pouco sobre como a sociedade se organiza centrada na figura do feminino. E a matrifocalidade, em essência, é um conceito que se originou de estudos das realidades familiares negras das Américas".

Em todo o continente, há muitas mulheres chefiando lares enquanto provedoras econômicas, inclusive nos processos de decisão e de controle de recursos: "Isso vai de encontro à sociedade patriarcal. Então a gente acredita que, quando o foco sai da figura masculina e vai para a feminina, todo o sistema se reorganiza porque as mulheres têm uma outra forma de conceber o mundo, muito mais cooperativista, sensível, mas não sensível no sentido de fraqueza, e sim, na sensibilidade mesmo, tato nas diferenças".

Geisy afirma que este  é um debate novo dentro do movimento feminista, não só na Paraíba mas no Brasil e que vem surgindo com muito mais força. O público-alvo do evento são todas as pessoas, mulheres, mães, militantes feminista, e pessoas que queiram se apropriar do debate numa vivência coletiva.
 


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Edição: Heloisa de Sousa