Paraíba

Arte e Revolução

Bixarte lança seu primeiro clipe

O trabalho foi feito com a música Yemanjá e lançado dia 15

Brasil de Fato | João Pessoa (PB) |
Bixarte no clipe Yemanjá - Divulgação

A artista trans, Bixarte, segue revelando as diversas faces de sua majestosa revolução pela libertação dos corpos e o combate aos preconceitos de cunho étnico-racial, de gênero, sexual e religioso na sociedade conservadora e autoritária em que vivemos.
Após lançar 2 álbuns musicais produzidos pelo estúdio BBS com participação de artistas como A Fúria Negra, Gabrunca, Rafa Rasta, Bione, Hyrla, Pisico e Lucas Dan, Bixarte anuncia o lançamento de seu primeiro trabalho audiovisual – o clipe da música Yemanjá – com uma produção majoritariamente composta por artistas LGBTQI+ e afrodescendentes, fazendo jus ao verso desta canção em que ela diz: “meu canto é referência pra todos aqueles que vem lá do gueto, tamo tirando os burgueses agora no topo só vai ter preto.”


Bixarte durante clipe / Divulgação

A música Yemanjá faz parte da mixtape Faces, e conta com a participação de Gabrunca e A Fúria Negra nos vocais. Já o clipe, teve seu roteiro elaborado por Frankla Pei Pei, Dorot Ruanne e Bixarte, figurino e maquiagem também por Dorot Ruanne, coreografia por Amenthyst e Bixarte, direção, filmagem e edição pela equipe do ‘Salve! Estúdio’, na assistência de produção, Luciana e Kysia e na assessoria de imprensa, Gleyce Marques.
O elenco do clipe é composto por Amenthyst, Gabi Kollontai, Analú, Roberto Dutra, Dorot, Porca Flor e Rubie.
O show de lançamento do clipe aconteceu durante o after do bloco de carnaval mais alternativo da cidade, o bloco Doido é Doido, no Saturna Bar, às 23h nesse sábado (15).
No YouTube, o clipe está disponível no canal Bixarte MC. 
Em depoimento concedido ao Brasil de Fato, Bixarte fala o seguinte sobre o lançamento:
“Yemanjá é a afirmação, para mim enquanto artista, de que quem rege as travestys tem pele escura, preta. É a afirmação de que nossos corpos estão invadindo a supremacia magra, hetera, cis & ‘machulenta’.
Também é a afirmação de que Yemanjá em 2020 irá abrir o mar, abrir da forma dela, e só quem vai poder passar são as corpas mortas, as travas que não estão mais em vida, mas nos protegem a todo tempo.
Yemanjá é para Dandara, Alice, Joyce, Ana e todas as travas que foram mortas, que foram apagadas.
Estamos ressuscitando em corpos maiores, e quem tá na frente do nosso exército não é Jesus, é Yemanjá.
Yemanjá é o primeiro clipe que estou lançando do projeto Faces, mixtape lançada em novembro por mim nas plataformas digitais.
Esse clipe fala de ancestralidade palpável, de prosperidade travesty e sobre benção sagrada que vem do mar para as corpas que são assassinadas diariamente, as nossas das travas.
Fala sobre amor e leveza, fala sobre oferecer e sobre receber.”

Edição: Heloisa de Sousa