Paraíba

PROJETO

“Papo de Homem” retoma atividades em março

Ação envolve reuniões quinzenais com réus em processos de violência doméstica; serão 40 integrantes em 2020

Brasil de Fato | João Pessoa |
As reuniões quinzenais ocorrem no Juizado de Violência Doméstica da Comarca de Campina Grande. - TJPB

Um dos projetos desenvolvidos na comarca de Campina Grande, que tem trazido resultados positivos no combate à violência doméstica na Paraíba, vai retomar suas atividades em março deste ano. Trata-se do “Papo de Homem”. As reuniões quinzenais envolvendo réus em processos de violência doméstica vão contar com 40 integrantes em 2020, segundo informou o facilitador do Projeto, juiz Antônio Gonçalves Ribeiro Júnior, titular do Juizado de Violência Doméstica da Comarca de Campina Grande e um dos gestores da Coordenadoria da Mulher do Tribunal de Justiça da Paraíba.

O “Papo de Homem” foi criado há três anos e, segundo as estatísticas apresentadas pelo magistrado, não há reincidência dos participantes no projeto no cometimento destes crimes. “Para este ano, estamos com quatro turmas, cada uma formada por dez homens. Os grupos são selecionados pelo Setor Psicossocial de nossa Unidade, que faz a captação dos agressores, com base no grau de periculosidade, disponibilidade para participar das sessões e outros fatores determinantes”, comentou Antônio Ribeiro.

Ele informou, também, que o projeto faz parte das ações desenvolvidas pelo juizado e propõe uma reflexão acerca da gravidade deste tipo de conduta. Aproximadamente 40 homens já fizeram o curso, que consiste em debates sobre masculinidade, violência doméstica e relações humanas.  “Os encontros acontecem no próprio Juizado e são ministrados por psicólogas e assistentes sociais, que integram nossa equipe multidisciplinar. Os resultados obtidos são excelentes, já que não registramos nenhuma reincidência entre os homens que já participaram da iniciativa”, comemorou o magistrado.

Outro objetivo é fazer com que os participantes se tornem multiplicadores do enfrentamento à violência doméstica. “Sugerimos que as multiplicações ocorram no convívio social de que participa, em meio a ‘papos de homem’, ou seja, no trato social de cada um e dando o seu próprio testemunho para conscientizar familiares e amigos”, explicou Antônio Gonçalves.

Planejamento

O Juizado de Violência Doméstica de Campina tem outras metas para serem executada este ano, dentre elas, ampliar a atuação, buscando alcançar, no menor espaço de tempo possível, o cumprimento das metas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ); aumentar a divulgação das ações sociais da unidade judiciária e implementar políticas públicas com a participação ativa do Juizado em parcerias com a Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres e o Centro de Referência Fátima Lopes.

Edição: Heloisa de Sousa