Paraíba

ARTE E LUTA

Grupo de reggae digital, Orijàh, lança primeiro álbum, sábado (01), em praça pública

“Assim que nasce o Underground, da necessidade de organização”

Redação BdF Brasil de Fato | João Pessoa - PB |
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O grupo surgiu de uma colaboração entre amigos que já faziam música juntos reunidos no coletivo BBS, hoje um dos principais fomentadores da cultura de rua local, produzindo diversos artistas independentes da cena Hip Hop, Reggae, entre outros estilos, além de fomentar e fortalecer batalhas de MC’s, bailes e Slams de Poesia na cidade de João Pessoa. É essa cena alternativa, protagonizada por aqueles que se encontram à margem do padrão aceito pela sociedade conservadora, e portanto, menos visibilizada pela grande mídia, que podemos caracterizar como o Underground. 
Apesar de estar ativa na cena e nos palcos, desde o início do ano passado, a banda veio a lançar seu primeiro trabalho nas redes no dia 27 de dezembro de 2019, o clipe da música “Não Vou Sair Da Faixa” que está disponível no You Tube, mostra a rotina do vocalista, Caetano, em cima de sua bicicleta “de rolê” pela cidade. A letra traz reflexões críticas sobre a sociedade sem perder a diversão e o gingado e inspira gana para lutar, se unir e resistir. Em um dos versos, Caetano resume a própria história da formação do grupo e da união das expressões culturais populares: “Assim que nasce o Underground, da necessidade de organização”.
Nesse próximo sábado (01/02), a banda Orijàh lançará ao vivo na Praça da Paz, nos Bancários, seu primeiro álbum, durante um evento de Hip Hop que ocorre todos os sábados às 19h no local. A Batalha da Paz, reúne cerca de 200 pessoas toda semana, para fomentar a cultura Hip Hop local.
Em uma entrevista concedida ao Brasil de Fato, via What’s App, os integrantes da banda Daniel Jesi (Big Jesi), Rieg Wasa, Leo Marinho (Amaro Mann) e Caetano (Filosofino), responderam em conjunto às seguintes perguntas:
(Brasil de Fato) Quando e como surgiu a ideia de criar o grupo Orijah?
(Orijàh) “A ideia do grupo foi surgindo em 2018, organicamente, à medida em que íamos fazendo colaborações uns nos trabalhos dos outros. Big Jesi já vinha fazendo músicas com Filosofino, que por sua vez também tinha gravado alguns sons com Amaro Mann, e tudo isso estava sendo realizado no BBS, o abrigo de todos nós. Então, naturalmente, foi se formando um grupo que englobava todos juntos, sob uma estética sonora similar.
(Brasil de Fato) O que representa o nome Orijàh?
(Orijàh) “Orijàh é a junção de duas palavras do Yorubá: Ori = cabeça + Jà = luta. Literalmente Cabeça de luta. E o “h” do final remete ao Jah do Rastafari, ou nossas influências no reggae. Simboliza culto ao Ori, auto-cuidado, ao mesmo tempo que um estado de luta e alerta em relação a questões sociais e internas que temos constantemente.”
(Brasil de Fato) Se vocês fossem definir os gêneros musicais nos quais se encaixa o som da banda, quais seriam estes?
(Orijàh) “Nós gostamos de dizer que o Orijàh faz Reggae Digital, mas o som do grupo vai além do reggae... Poderíamos dizer então que fica entre o reggae e o rap, incorporando elementos de ambos os universos (os quais, aliás, já tem por si só uma grande aproximação).”
(Brasil de Fato) Qual a principal mensagem que o grupo carrega?
(Orijàh) “Nós queremos passar que todos devem acreditar em si mesmos. Se aceitar sem esse molde que a sociedade tanto nos impõe. Achamos que as pessoas felizes consigo mesmas, tem a grande possibilidade de serem mais autênticas. E ser assimétrico nesse meio que vivemos é o que nos faz mais útil. A novidade sempre vem de um estranhamento. Nada novo é aceito de cara. É necessário ter o direto de errar para formar um grande acerto. Precisamos viver o agora. E desapegar de paradigmas que não nos pertencem. O que já foi feito não tem como mudar. Precisamos inovar ao máximo. E nos libertar. A Orijàh é uma junção de consciências que estando em conflito, gera novidade. Não tenham medo do conflito. Até para andar você precisa desequilibrar.”
(Brasil de Fato) Cite 3 influências musicais presentes no trabalho do grupo.
(Orijàh) “Mungo’s HI-FI, Prince Fatty, Black Alien.”
(Brasil de Fato) Qual a expectativa para o lançamento do primeiro álbum? E o que podemos esperar da banda em 2020?
(Orijàh) “Esperamos fazer um bom lançamento e atingir o máximo de corações e mentes ao redor do Planeta. E pra 2020, fazer mais shows, tocar em festivais e outros eventos por aí e lançar outro disco ou EP até o fim do ano”
Reprodução/Orijàh

Edição: Cida Alves