Rio Grande do Sul

DESEMPREGO

RS corta 3.812 empregos com carteira assinada em junho e repete pior desempenho

Segundo pesquisa do Dieese, Estado repete o pior desempenho dentre os 27 estados do país pelo segundo mês consecutivo

|
O resultado é oriundo do saldo entre 78.796 admissões e 82.608 desligamentos
O resultado é oriundo do saldo entre 78.796 admissões e 82.608 desligamentos - Foto: Reprodução

Enquanto atrasa salários de servidores, busca privatizar empresas públicas de energia e vender ações do Banrisul, a exemplo do que tentou o seu antecessor, o governo Eduardo Leite (PSDB) registrou pelo segundo mês consecutivo o pior desempenho dentre os 27 estados do País com o fechamento de 3.812 vagas de trabalho formal em junho. O resultado é oriundo do saldo entre 78.796 admissões e 82.608 desligamentos.

O novo corte de empregos com carteira assinada, que ficou abaixo dos 11.207 verificados em maio, foi apurado pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério da Economia nesta quinta-feira (25).

Dos oito setores pesquisados pelo Caged, seis apresentaram saldo negativo de vagas no mês passado no RS: comércio (-2.355), indústria (-2.026), agropecuária (-1.217), construção civil (-165), serviços industriais de utilidade pública (-127) e administração pública (-8). Somente serviços (2.046) e extração mineral (40) tiveram criação de vagas.

No primeiro semestre de 2019, a economia gaúcha registra, no entanto, um saldo positivo de 21.538 postos de trabalho. Contudo, segundo estudo do Escritório Regional do Dieese/RS, "vale ressaltar que mais da metade desse saldo está concentrado na Indústria do fumo, característico das economias de Santa Cruz do Sul e Venancio Aires, que acumula contratações nos primeiros meses do ano para logo desligar nos meses subsequentes".

Conforme o levantamento, "essa baixa evolução do emprego confirma a compreensão de que a Reforma Trabalhista, implementada pelo governo e apoiada por vasto setor do empresariado nacional, em nada alterou o mercado de trabalho, no que diz respeito à geração de empregos".

"O contingente de desempregados se mantém em mais de 12 milhões de pessoas e a informalidade atinge nível recorde. A economia anda de lado, com baixo investimento privado, escassez de demanda (baixos salários, empregos precários e inseguros etc), desigualdade crescente de renda e riqueza, o que esteriliza ainda mais a demanda", salienta o estudo.

"Esse quadro é resultado das escolhas que o governo vem fazendo nos últimos anos: reforma trabalhista, lei da terceirização, PEC dos gastos e outras medidas que diminuem a responsabilidade do Estado sobre a sociedade e desestimulam a retomada da economia", destaca o Dieese/RS.

"O país precisara percorrer um longo caminho para voltar aos níveis de atividade econômica dos anos anteriores à crise. A produção industrial é hoje cerca de -18% menor do que em 2011, quando esteve no auge. As vendas do comércio estão em torno de -11% menor do que o pico de 2014 e os serviços encolheram -7,0%", aponta o estudo.

"O setor público tem se ausentado do papel de liderar os investimentos e, sem uma política de valorização salarial (em especial do salário mínimo) para aumentar os rendimentos dos trabalhadores e incentivar o consumo, a economia pode ficar estagnada", conclui o Dieese/RS.

Clique aqui para acessar o estudo do Dieese/RS.

As modalidades surgidas com a Reforma Trabalhista fecham mais vagas do que abrem / Foto: Reprodução

Brasil gera 48.436 vagas, novamente com salários menores 

Em nível nacional, o mercado formal de trabalho teve saldo de 48.436 vagas em junho, segundo o Caged. Houve crescimento de 0,13% no estoque de empregos com carteira assinada, agora de 38,819 milhões. Melhor resultado para o mês desde 2014, o saldo deste ano fica abaixo de todo o período 2002-2013.

O rendimento de quem entra no mercado continua inferior ao daqueles que saem. E as modalidades surgidas com a Reforma Trabalhista fecham mais vagas do que abrem.

Nas modalidades de trabalho criadas mais precárias e de menor proteção social, o contrato intermitente teve saldo de 10.177 em junho e o parcial, de 1.427. Já os “desligamentos por acordo” somaram 17.951. Assim, a nova lei fecha mais empregos do que cria.

Com 15.520 admissões e 5.343 desligamentos, o trabalho intermitente atingiu 2.691 estabelecimentos e 1.999 empresas. E 417 trabalhadores fecharam mais de um contrato nesse período.

O salário médio de quem ingressou no mercado formal em junho foi de R$ 1.606,62. Quem saiu ganhava, em média, R$ 1.766,67. Diferença de 9%, para menos.

Fonte: CUT-RS com Dieese/RS e Rede Brasil Atual (RBA)

 

Edição: Redação